A posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no próximo dia 1º de janeiro dará um novo capítulo à relação diplomática entre Brasil e Venezuela. Rompidos desde 2019, os laços entre os países vizinhos já foram de proximidade, sobretudo quando Lula (2003-2010) e Hugo Chávez (1999-2013) conviveram como presidentes de seus países.
De acordo com o futuro ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que assumirá o Itamaraty a partir do ano que vem, Lula o instruiu a comandar o restabelecimento das relações com a Venezuela.
A primeira medida será enviar um representante ao país vizinho para reabrir a Embaixada em Caracas e retomar a estrutura diplomática brasileira no país comandado por Nicolás Maduro.
Reeleito para um mandato de seis anos em 2018, Maduro conviveu com uma crise política interna que se transformou em crise diplomática em janeiro do ano seguinte, quando seu opositor, o então presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se auto-intitulou presidente interino do país. Na ocasião, ele liderou a oposição a Maduro, que não reconheceu os resultados das eleições, por suspeitas de fraude.
Com Bolsonaro eleito, o Brasil reconheceu a autoridade de Guaidó em 23 de janeiro de 2019, três semanas após a posse do novo presidente - e posicionamento que dura até os dias de hoje.
“Lula me instruiu que restabelecêssemos as relações com a Venezuela. Vamos enviar, primeiramente, um encarregado de negócios para retomarmos prédios que temos lá e reabrir a embaixada. Posteriormente, vamos indicar um embaixador junto ao governo venezuelano”, explicou.
Questionado por jornalistas sobre qual governo venezuelano - se o reconhecido hoje, por Bolsonaro, ou do presidente de fato, Nicolás Maduro - Vieira foi sucinto. “Ao governo que está aí e que foi eleito, do presidente Maduro”, completou.
