Em vez de bateria, mofo limoso Physarum polycephalum. Esse foi o componente usado por pesquisadores da Universidade de Chicago, nos EUA, para fornecer energia a um
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Também conhecido como mixomiceto, a espécie é conhecida por ter crescimento rápido, resiliência e habilidades para resolver labirintos. Ela só reage no smartwatch quando está saudável. Em outras palavras, para que esse
Jasmine Lu, coautora do projeto, aponta que a equipe percebeu que o fato de o mofo estar vivo afeta diretamente a relação do usuário com a tecnologia. “Isso transforma um serviço unidirecional usual em uma parceria mutuamente benéfica”, avalia.
Os smartwatches criados pelos cientistas apresentam as horas e medem a frequência cardíaca do usuário. Essa segunda função depende da saúde e das características únicas do mofo. Quando a espécie atinge o tamanho ideal, completa um circuito elétrico que ativa o recurso de monitoramento de batimentos cardíacos.
Quando não é alimentado, por outro lado, ele pode entrar em estado de dormência. “Com isso, ele pode hibernar por dias, meses ou anos, até ser acordado e voltar a funcionar”, informa Pedro Lopes, autor principal do estudo e professor do Departamento de Interação Humano-Computador.
Nos testes realizados pela equipe, voluntários usaram o relógio por duas semanas. Na primeira delas, eles cuidaram do mofo limoso até que o monitor de frequência cardíaca fosse ativado. Já na segunda, eles foram instruídos a parar de alimentá-lo.
Os cientistas apontam que observaram um alto nível de apego ao relógio: alguns usuários deram nome ao dispositivo e disseram que ele parecia um
Jasmine conta que a equipe espera que, além de inspirar novos dispositivos que funcionam com o mofo limoso, a pesquisa provoque designers a criarem tecnologias para benefício mútuo. “Assim, pode ser possível fazer que os dispositivos pareçam menos ferramentas descartáveis e mais parceiros dos usuários.”