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Maior mina de ferro a céu aberto do mundo fica no Pará: conheça Carajás

Localizada no sudoeste do Pará, em plena Floresta Amazônica, Carajás representa um dos maiores e mais complexos projetos de engenharia e logística do país

Localizada no sudoeste do Pará, em plena Floresta Amazônica, Carajás representa um dos maiores e mais complexos projetos de engenharia e logística do país

Localizada no sudoeste do estado do Pará, no coração da Floresta Amazônica, a Mina de Carajás é a maior mina de minério de ferro a céu aberto do mundo. Responsável por uma parcela considerável das exportações brasileiras e um pilar da economia nacional, a mina representa um dos maiores e mais complexos projetos de engenharia e logística do Brasil.

Operada pela Vale, a mina é um complexo industrial de escala global que começou com uma descoberta geológica em 1967. Situada na Serra dos Carajás, a Província Mineral de Carajás abriga não apenas as maiores reservas de minério de ferro de alto teor do planeta, como também depósitos de manganês, cobre, ouro e níquel.

No entanto, a operação no local vai muito além da extração. O Sistema Norte, nome técnico de referência, é um conjunto integrado de minas, que conta ainda com uma usina de processamento, uma ferrovia e um porto. No município de Parauapebas - PA, fica o coração da extração.

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Após a extração, o minério é processado. Na sequência, é transportado pela Estrada de Ferro Carajás (EFC), uma linha férrea de 892 quilômetros que atravessa o Pará e o Maranhão.

O destino do minério é o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís (MA). No local, o produto é exportado para mercados globais, principalmente a Ásia.

Extração bilionária

A operação da mina de Carajás é um exemplo de mineração em larga escala. O processo pode ser divido em etapas-chave que transformam rochas em um dos produtos mais valiosos da exportação brasileira.

O ciclo produtivo inclui decapagem e perfuração, desmonte e carga, processamento e transporte e logística ferroviária e portuária.

Veja as etapas:

  • Decapagem e Perfuração: A primeira etapa consiste na remoção da camada de solo e rocha estéril —sem valor comercial — que cobre o minério. Em seguida, perfuratrizes realizam furos na jazida para a inserção de explosivos.
  • Desmonte e Carga: Após a detonação controlada, que fragmenta a rocha, escavadeiras elétricas de grande porte carregam o material em caminhões com capacidade para centenas de toneladas. No projeto mais moderno do complexo, o S11D Eliezer Batista, foi implementado um sistema truckless — sem caminhões, que utiliza correias transportadoras para levar o minério diretamente da frente de lavra ao processamento, reduzindo o consumo de diesel em mais de 70%.
  • Processamento e Transporte: O minério passa por etapas de britagem e peneiramento para atingir a granulometria desejada. Uma das grandes vantagens de Carajás é a alta pureza do minério — com teor de ferro superior a 66%, que em muitos casos dispensa processos de concentração complexos. O projeto S11D, por exemplo, utiliza processamento a seco, que não requer água e elimina a necessidade de barragens de rejeitos.
  • Logística Ferroviária e Portuária: Após o beneficiamento, o minério é embarcado nos trens da Estrada de Ferro Carajás, que chegam a ter 330 vagões e mais de 3 quilômetros de extensão, transportando o produto até o porto em São Luís para embarque em navios de grande calado.

(Sob supervisão de Edu Oliveira)

Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas