Considerado o traficante mais procurado do Brasil,
Segundo documentos obtidos pelo Fantástico, ele está ligado a um núcleo que movimentou cerca de R$ 1 bilhão com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
O Ministério Público aponta que “Mijão” foi o responsável por articular
Mesmo incluído na lista vermelha da Interpol, ele vive há mais de dez anos em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Lá, segundo mostrou o Fantástico, mantém uma vida de luxo em mansões e com segurança reforçada.
Vida de luxo e impunidade
Documentos obtidos pelo Fantástico mostram que Sérgio já morou em pelo menos seis mansões na cidade boliviana. Em uma delas, o aluguel chegava a quase R$ 30 mil por mês.
Na Bolívia, ele usa a identidade falsa de “Sérgio Noronha Filho”. Vídeos e fotos mostram o foragido em festas, restaurantes e encontros familiares. Amigos aparecem em gravações elogiando seu estilo de vida: “Xixi tá rindo à toa. Da hora ver ele assim”.
Segundo o MP, Sérgio foi enviado à Bolívia por Gegê do Mangue, outro líder do PCC, para fiscalizar o envio de pasta base de cocaína ao Brasil. Desde então, cresceu na hierarquia da organização.
Trajetória no crime
Sérgio nasceu em Campinas. Aos 14 anos, conseguiu o primeiro emprego em uma metalúrgica e depois tornou-se sócio de uma pequena empresa de usinagem.
Em 2013, a Polícia Federal recebeu alerta do DEA, departamento antidrogas dos Estados Unidos, sobre uma quadrilha atuando entre Brasil, Paraguai e Bolívia. Sérgio já estava envolvido.
No mesmo ano, ele foi flagrado no aeroporto de Viracopos, em Campinas, embarcando para Corumbá, no Mato Grosso do Sul, com dois comparsas. De lá, o plano era atravessar a fronteira e encontrar fornecedores de cocaína boliviana para o Brasil.
Mesmo foragido, Sérgio circulava livremente. Foi visto em um jogo da Ponte Preta no Pacaembu, em São Paulo, durante a final da Copa Sul-Americana de 2013. Também curtia praias no Guarujá e discutia compra de fuzis e lavagem de dinheiro com taxistas no aeroporto de Viracopos.
Plano para matar promotor
Dois empresários de Campinas foram presos, suspeitos de financiar um plano do PCC para matar o promotor Amauri Silveira Filho e um comandante da Polícia de São Paulo, cujo nome não foi divulgado.
Os presos são Maurício Silveira Zambaldi, dono da loja de motos Dragão Motors, e José Ricardo Ramos, empresário de transportes. O plano e
Um terceiro mandado de prisão foi expedido para “Mijão”, apontado como um dos principais articuladores do plano.
(Sob supervisão de Marina Dias)