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Meu celular recebe 5G puro? Veja como descobrir

Um serviço de medição de velocidade pode ajudar

Celular pode se conectar a diferentes redes

Cinco capitais brasileiras já receberam o sinal 5G na faixa de 3,5 GHz. Brasília, Belo Horizonte, João Pessoa, Porto Alegre e São Paulo são as cidades que já podem navegar na internet a velocidades mais altas e com latências (tempo de resposta) menores. Só que ainda há muitas dúvidas sobre qual conexão tem chegado aos celulares.

Quem tinha aparelho compatível com 5G no ano passado, às vezes já via o símbolo da rede no dispositivo. E isso antes mesmo da liberação da faixa de frequência de 3,5 Ghz, que é dedicada a essa tecnologia, e começou a ser autorizada gradualmente pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no início de julho.

Como isso era possível, então, se a rede não estava habilitada? Porque esse era o 5G DSS (Dynamic Spectrum Sharing ou compartilhamento dinâmico de espectro). “Essa tecnologia simula o 5G, então não chegar à velocidade que o 5G promete”, explica Gustavo Torrente, professor de inovação e tecnologia da FIAP, em São Paulo.

E qual é essa velocidade? A expectativa é de que ela venha a superar 1 Gbps. Para se ter uma ideia, 1 Gbps é dez vezes mais rápido que uma rede de 100 Mbps, que é comum atualmente na banda larga fixa que muitos consumidores têm em casa. Só que não é só isso.

Infraestrutura dedicada

O sinal 5G na faixa de 3,5 GHz pode ser dos tipos Non StandAlone (NSA) e StandAlone (SA). Ambos oferecem alta velocidade, mas enquanto o SA tem infraestrutura totalmente dedicada que lhe garante latência baixíssima e confiabilidade alta — e, ainda, o nome de 5G puro —, o NSA tem latência um pouco mais alta porque usa antenas 5G e centrais de dados 4G.

A velocidade de uma rede 4G pode variar de 20 Mbps a 40 Mbps. O 5G DSS, aquele que aparece no celular desde o ano passado, vai de 50 Mbps a 60 Mbps. Já o novo 5G tem fornecido entre 300 Mbps e 400 Mbps em média nas redes já em operação — em Brasília, Belo Horizonte, João Pessoa, Porto Alegre e São Paulo.

Em meio a tantas siglas, é possível saber que tipo de sinal chega ao celular, se é 4G, 5G DSS, NSA ou SA? Sim, é possível avaliar alguns parâmetros para ter uma ideia de qual rede está em uso. Uma das formas de saber qual a conexão disponível no smartphone é verificar a velocidade que ela atinge.

Medição de velocidade

Para fazer essa medição, o principal serviço de testes de velocidade de conexão é o Speed Test. A consulta é feita diretamente no site, sem a necessidade de baixar nenhum aplicativo. A plataforma mostra as velocidades de download e upload e a latência da rede — que aparece com o nome de ping.

Ao fazer o teste, esses valores vão informar, ao menos, qual tecnologia chega ao aparelho: se é o novo 5G, com velocidade de centenas de megabits por segundo, ou o antigo 5G DSS. Vale lembrar que, para o consumidor comum, praticamente não há diferença, especialmente em aplicações do dia a dia. E, quando se fala em redes NSA e SA, há ainda menos diferença para o uso cotidiano. “Não faz diferença, o usuário não vai ter essa percepção com as aplicações que existem hoje”, destaca Torrente.

As redes SA, aquelas com alta velocidade e baixa latência que carregam o 5G puro, vão ser essenciais para aplicações de internet das coisas., como os carros autônomos, a telemedicina e as indústrias. O mesmo vale para os jogos que exigem precisão nos comandos.

Já entre os consumidores comuns, ainda deve demorar um pouco para todo esse potencial ter utilidade. “Daqui a 3, 4, 5 anos, quando houver aplicativos que demandam muito, pode ser que o usuário tenha essa percepção.”