Mega da Virada vai pagar R$ 1 bilhão; saiba quanto rende na poupança e tesouro

Principal modalidade de loteria da Caixa Econômica Federal vai pagar um prêmio recorde aos apostadores

Mega da Virada 2025 será sorteada no dia 31 de dezembro com prêmio recorde de R$ 1 bilhão

A Caixa Econômica Federal prevê pagar um prêmio recorde de R$ 1 bilhão na Mega da Virada. O valor foi atualizado no último domingo (21), após o concurso 2954 da Mega-Sena terminar sem um vencedor e acumular a premiação prevista de R$ 62 milhões. O primeiro bilhão pago pela principal modalidade de loteria do país oferece uma oportunidade única para garantir o rendimento de gerações ao ganhador.

Segundo a Caixa, a chance de acertar na Mega da Virada é a mesma dos outros concursos da Mega-Sena. Um bilhete de seis dezenas tem chance de acerto de 1 em 50 milhões. Já para quem faz um jogo com 20 números, que custa R$ 232 mil, a chance aumenta para uma em 1.292. O sorteio ocorre no dia 31 de dezembro, e as apostas podem ser feitas até as 20h da véspera do Ano Novo, nas casas lotéricas ou canais eletrônicos.

Na avaliação do especialista em renda fixa do banco Inter, Rafael Winalda, o sortudo que levar o bilhão deve ter cautela com a mudança repentina no modo de vida. “No Brasil, eu desconheço fonte estatística que trate do tema, mas nos Estados Unidos cerca de 1/3 das pessoas que ganham prêmios similares à Mega da Virada enfrentam problemas financeiros ou chegam à falência nos anos seguintes”, explicou.

Em uma tabela feita para à Itatiaia, o especialista mostra que na poupança, que possui o menor rendimento do mercado brasileiro, o prêmio de R$ 1 bilhão investido pode gerar R$ 79,9 milhões em 12 meses. Para o cálculo, Winalda usou o retorno acumulado de 31 de dezembro de 2024 até 12 de dezembro de 2025 na caderneta, com um rendimento de 8% ao ano.

Os rendimento da Mega da Virada nos principais ativos

AtivoRetorno de 31/12/2024 até 17/12/2025R$ 1 bilhão investido (12 meses)
Poupança8,00%R$ 79,9 milhões
Selic13,80%R$ 137,9 milhões
CDI13,80%R$ 137,9 milhões
Tesouro Selic13,84%R$ 138,4 milhões
Tesouro IPCA 202911,62%R$ 116,2 milhões
Letra Tesouro Nacional 203125,10%R$ 250,9 milhões
Ibovespa (ações)30,80%R$ 307,9 milhões
IFIX (índice imobiliário)18,31%R$ 183,1 milhões

O ativo que geraria o maior retorno com o acumulado do período levantado é o investimento no Ibovespa, o principal indicador do mercado de ações brasileiro. No caso, o índice teve um rendimento de 30,80% no ano, gerando R$ 307 milhões com o prêmio da mega investido. Porém, cabe lembrar que se trata de renda variável, mais suscetível à volatilidade da economia.

O investimento mais seguro de todos, o Tesouro Prefixado (Letra do Tesouro Nacional), no qual o pagamento é garantido pelo governo federal em caso de qualquer imprevisto, tem o maior rendimento da renda fixa aos 25,10% ao ano. No caso, o título renderia R$ 250,9 milhões.

O que você precisa saber sobre investir R$ 1 bilhão

Winalda destaca ainda que uma mudança repentina de vida, com gastos exagerados, consumo desenfreado de bens de luxo e outras extravagâncias podem levar a uma perda considerável do prêmio. “Diante disso, na minha visão, com o ganho de quantia tão elevada, a questão central é manter o novo padrão de vida com base nos rendimentos. Assim, uma carteira bem diversificada, conservadora e focada em ativos que pagam proventos é o ideal. Essa estratégia permitirá proteger o patrimônio por gerações”, emendou.

Segundo o planejador financeiro e sócio da iHUB Investimentos, Lucas Sharau, o ganhador precisa ter um plano sério de investimento, com metas e prazos. Ele destaca que é importante o sortudo considerar a necessidade do dinheiro e por quanto tempo ele precisa sustentar uma família. Para isso, é necessário simular cenários e projetar padrões de vida.

“Só depois dessa fotografia é que faz sentido selecionar os ativos – e aí entra o papel de um profissional experiente, que consiga traduzir esse plano em carteira de investimentos, respeitando a parte legal, tributária e sucessória. Em um prêmio desse tamanho, caminhar sem apoio jurídico, contábil e de planejamento financeiro é, na prática, assumir um risco desnecessário”, explicou.

Sharau ressalta que ao falar de “grandes fortunas”, a discussão passa a ser em como preservar o patrimônio ao longo do tempo, observando como a riqueza se comporta em relação ao dólar, inflação e ciclos econômicos. “Isso envolve diversificar bem a carteira, diluindo o risco entre renda fixa, bolsa, imobiliário e investimentos globais, sempre olhando o patrimônio em termos reais e, muitas vezes, em padrão dolarizado”, completou.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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