Dona das Havaianas, Alpargatas se recupera após boicote e cresce R$ 338 milhões

Empresa é alvo de um boicote de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em razão de uma propaganda com a atriz Fernanda Torres

Propaganda com Fernanda Torres virou alvo de boicote bolsonarista

A Alpargatas S.A, dona da marca de chinelos Havaianas, se recuperou na bolsa de valores e agora apresenta um crescimento expressivo nesta terça-feira (23), um dia após o início do boicote de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O valor de mercado da empresa cresceu 4,6%, representando um crescimento de R$ 338 milhões.

Por volta de 17h, as ações ordinárias da Alpargatas (ALPA3) apresentavam um crescimento de 5,65%, cotadas a R$ 10,65. Já os papéis preferenciais da empresa (ALPA4) avançavam 3,4%, a R$ 11,84. No total, a empresa tem um valor de mercado estimado em R$ 7,683 bilhões.

O boicote bolsonarista é motivado por uma propaganda da marca em que a atriz Fernanda Torres diz que não deseja que as pessoas “comecem o ano com o pé direito”, mas com os “dois pés”. O comercial foi interpretado como uma provocação política por parte da esquerda.

Nas redes sociais viralizam vídeos de consumidores jogando seus pares de chinelos fora, rasgando e até queimando os itens. O boicote tem apoio de políticos proeminentes do campo bolsonarista, como o ex-deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho 03 do ex-presidente.

Ontem, quando o ato ganhou força na parte da tarde, a empresa tinha perdido R$ 161 milhões em valor de mercado. Por volta de 15h20, os papéis ordinários operavam com uma queda de 1,17% aos R$ 10,13. No lado das ações preferenciais (ALPA4), a queda foi maior. Os papéis registravam uma queda de 2,13% aos R$ 11,38.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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