Bolsa sobe quase 1% com bom desempenho dos bancos e fim da Lei Magnitsky

Setor financeiro teve impulso com o fim da sombra que a Lei Magnitsky jogava sobre os bancos, que temiam represálias dos EUA

Ibovespa fechou a semana com uma valorização de 2,11%

O Índice Bovespa (Ibovespa), principal indicador do mercado de ações brasileiro subiu quase 1% nesta sexta-feira (12), e fechou a semana retomando a marca de 160.766,37 pontos. Na semana, a bolsa teve uma valorização de 2,11%, recuperando parte das perdas da grande queda do anúncio de Flávio Bolsonaro como pré-candidato à Presidência da República.

O bom desempenho da bolsa foi sustentado pela valorização dos bancos com a retirada do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), da lista de sanções econômicas da Lei Magnitsky. Desde que o magistrado foi sancionado pelos Estados Unidos, em julho, os bancos operavam com o risco de serem punidos por manterem o funcionamento das contas do magistrado.

Na ocasião, o governo Donald Trump acusou Moraes de ser um “grande violador” de direitos humanos, e promover a perseguição a empresas americanas e opositores políticos. Sem as sanções, os bancos brasileiros tiveram uma valorização relevante.

As instituições, que antes operavam com um leve ganho de 0,5%, foram aceleradas com a retirada das sanções. O Banco do Brasil (BBAS3) chegou a valorizar mais de 1,5% depois do anúncio do governo americano. O Bradesco (BBDC4) subiu 1,02%, enquanto o Itaú Unibanco (ITUB4) que operava perto da estabilidade, chegou a fechar com uma valorização de 0,9%.

Destaque para os serviços

No cenário local, os dados de outubro do setor de serviços foram o destaque macroeconômico do dia, que registrou uma alta de 0,3% em outubro, na comparação com setembro, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor renovou o recorde da série histórica e cravou a nona alta seguida, impulsionado por uma alta de 1% nos transportes

Por outro lado, o economista sênior do banco Inter, André Valério, destacou uma má-performance nas vendas de alimentação, mesmo em meio a deflação dos alimentos. O movimento já havia sido percebido na pesquisa de vendas do comércio, e foi reforçada pela pesquisa de serviços que acompanha as vendas de restaurantes. O segmento teve uma queda de 0,1% na comparação ano a ano.

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“No nosso entendimento, isso reflete os efeitos da política monetária restritiva no setor de serviços, cuja fraqueza tem sido compensada crescentemente pelo volume de viagens aéreas que se tornaram mais atrativas em meio à queda na cotação do dólar desde o início desse ano”, destacou o especialista.

Nessa quarta-feira (10), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom-BC) decidiu manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, resultando em um juros reais de quase 10%. Nessa toada, o câmbio fechou com uma leve alta de 0,11%, com o dólar cotado a R$ 5,41.

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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