Bolsa fecha 2025 com maior alta em quase uma década, e dólar cai mais de 10%

Índice Bovespa B3 e dólar tiveram o melhor desempenho acumulado no ano desde 2016

Principal indicador do mercado brasileiro avançou 0,40% no último pregão de 2025

O mercado brasileiro fechou o ano com um balanço positivo. O Índice Bovespa (Ibovespa), principal indicador do mercado brasileiro, avançou 0,40% no último pregão de 2025 nesta terça-feira (30), aos 161.125,37 pontos, acumulando uma valorização de 34% no período. O resultado é o melhor desempenho do mercado brasileiro desde 2016, quando a alta foi de 39%.

Já o dólar comercial fechou o ano com uma queda de 1,47%, a R$ 5,48. Em 2025, a moeda americana teve uma desvalorização de 11,2% em relação ao real após começar o ano acima dos R$ 6, apesar de um avanço acumulado de 2,9% no mês de dezembro com uma série de ruídos políticos aumentando o risco de investimento no Brasil. A última sessão do ano foi marcada pelo baixo volume de negócios, como é típico do período.

Segundo o especialista Einar Riveiro, da Elos Ayta Consultoria, o ano foi de forte valorização dos ativos de risco, com protagonismo para a bolsa brasileira. “Trata-se da segunda maior valorização anual do Ibovespa desde 2010, ficando atrás apenas de 2016, quando o índice subiu 38,94%. O resultado ganha ainda mais peso quando se considera que, ao longo de 2025, o índice renovou máximas históricas em 32 ocasiões, refletindo uma recuperação consistente e disseminada dos preços dos ativos locais”, explicou.

Em relação o dólar, Riveiro destaca que a queda do ano também foi o melhor resultado desde 2016, quando houve uma contração de 16,54%. “Considerando a série histórica desde 2010, a perda registrada em 2025 figura como a segunda mais relevante do período, evidenciando o enfraquecimento das moedas em um ambiente de maior apetite ao risco”, disse.

Dia de baixo volume de negócios

No cenário local, os investidores acompanharam a divulgação da taxa de desemprego do trimestre encerrado em novembro, divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados revelam uma nova mínima histórica na desocupação, em uma taxa de 5,2%.

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Apesar desse resultado, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, mostra que o país gerou 85,8 mil postos de trabalho no mês de novembro, o pior resultado da série histórica. Três dos cinco grandes grupos econômicos pesquisados tiveram mais demissões do que contratações.

O mercado também repercutiu a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos, que promoveu um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros local, levando a faixa para entre 3,5% a 3,75% ao ano. O documento sinaliza que a taxa deve permanecer inalterada, dependendo da inflação nos EUA.

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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