O cenário para o setor produtivo brasileiro em 2026 desenha-se como um exercício de paciência e adaptação. De um lado, a euforia global com a
No Boletim Macro de Dezembro 2025 (Nº 173), divulgado nesta terça-feira (30), os economistas da instituição detalham que a
O desafio da produtividade e a ‘promessa’ da IA
Para o pequeno e médio industrial, a palavra de ordem é produtividade, a variável central que explica o crescimento sustentado. O debate atual gira em torno do impacto da
No Brasil, o potencial é positivo, mas o industrial enfrenta barreiras conhecidas.
- Gargalos estruturais: Deficiências na infraestrutura digital e no capital humano podem limitar os ganhos em setores que precisam reduzir custos.
- Destruição criadora: O conceito, reforçado pelo Nobel Philippe Aghion, sugere que a adaptação através de novas tecnologias é necessária, mas exige investimento em treinamento contínuo.
Investimentos e cenário para 2026
Um dado que o empresário deve observar com cautela é a previsão para os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo). Para 2026, espera-se uma desaceleração intensa, com crescimento de apenas 0,8%.
O salto de 4% esperado para 2025 é, em grande parte, “artificial”, decorrente da importação de plataformas de petróleo. Sem esse fator, o investimento real cresceria apenas 2,4% este ano.
Apesar da moderação, há vetores que podem sustentar a demanda no início de 2026:
- Consumo das famílias: Espera-se uma retomada devido ao reajuste real do salário-mínimo e medidas de crédito.
- Mercado de trabalho: Embora as contratações formais (Caged) tenham arrefecido, a massa salarial segue em expansão, o que garante fôlego ao consumo.
- Taxa Selic: O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve manter a taxa básica de juros em 15% por um período prolongado para conter a inflação, o que mantém o custo do crédito elevado para o empreendedor.
A Selic é a taxa básica de juros da economia, que influencia todas as outras taxas do país, como empréstimos e financiamentos. O uso desse instrumento pelo Banco Central busca controlar o ritmo de alta dos preços (inflação).