Brasil cria 85,9 mil empregos formais em novembro, o pior nível da série histórica

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostra que o país teve 1,98 milhões de contratações com carteira assinada em novembro

Três dos cinco grandes grupos econômicos medidos no Caged tiveram mais demissões do que contratações

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta terça-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), abriu cerca de 85,9 mil vagas formais de trabalho em novembro, com carteira assinada. O número é resultado de 1,98 milhões de contratações e 1,89 milhões de demissões.

O número representa uma queda de 19,1% em relação a novembro de 2024, quando foram criados cerca de 106,1 mil empregos formais. Esse é o pior resultado para o mês desde o início da série do novo Caged, em 2020, quando na época foram abertas 376,4 mil vagas, mas seguindo uma trajetória de queda ano a ano.

Apesar do resultado ruim, o número de novas vagas de trabalho veio levemente acima das expectativas do mercado. Três dos cinco grandes grupos econômicos analisados pelo Caged tiveram perdas líquidas de empregos, com destaque para 27,1 mil postos de trabalho fechados na indústria.

Segundo o economista sênior do banco Inter, André Valério, as contratações registraram a primeira queda na comparação interanual desde março, enquanto os desligamentos ficaram aproximadamente estáveis no comparativo com o ano anterior.

“No agregado, vimos recuo de 13,6% nas admissões frente à outubro, que foi amortecido por uma queda proporcional de 13,8% nas demissões, embora a pesquisa não seja suficientemente longa para afirmar um desvio do padrão sazonal. Conjuntamente, temos visto os impactos do mercado de trabalho apertado no salário médio real de admissão e de desligamento, que avançaram 3% e 2,5% no comparativo interanual respectivamente”, disse.

Além da indústria, também houve 16,6 mil vagas fechadas na agropecuária e 23,8 mil desligamentos na construção civil. A geração de emprego foi segurada pela alta no comércio, com 78,2 mil novas vagas de trabalho, e os serviços com 75,1 mil empregos criados.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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