Brasil tem o pior outubro da geração de emprego do Novo Caged

País teve um saldo positivo de 85,1 mil vagas de trabalho com carteira assinada no mês passado

Em outubro, foram 2.271.460 contratações em carteira assinada, e 2.186.313 demissões

O mercado de trabalho brasileiro registrou o pior outubro na geração de empregos formais, segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O levantamento mostra que o país abriu 85,1 mil vagas formais de trabalho no mês passado.

Em outubro, foram 2.271.460 contratações em carteira assinada, e 2.186.313 demissões. Com o resultado, o país registrou um acumulado de 1,8 milhão de novos vínculos formais em 2025, um crescimento de 3,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

Porém, se comparado com o mesmo mês do ano passado, os dados mostram uma desaceleração do mercado de trabalho com uma queda de 35%. Em outubro de 2024, foram criados cerca de 131,6 mil empregos com carteira assinada. Os dados também mostram o pior resultado para o mês desde o início da série do novo Caged, em 2024.

Segundo o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, o resultado ruim para o mês é justificado pela alta taxa básica de juros, atualmente fixada em 15% ao ano. O patamar da Selic está mantido pelo Banco Central com o objetivo de levar a inflação para o centro da meta de 3%, uma vez que o índice de preços está calculado em 4,68%.

“Venho chamando atenção desde maio, para a necessidade do BC, que tem a responsabilidade de monitoramento, que era preciso olhar com atenção, que a economia ia entrar num processo de desaceleração. Isso que tem inibido o ritmo de investimento’, disse.

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Os dados inclusive vieram abaixo do esperado pelo mercado financeiro, que previa a geração de 110 mil novas vagas formais. Segundo o economista sênior do Inter, André Valério, o resultado é fruto de uma estabilidade na admissão, enquanto houve um aumento significativo de demissões em outubro - 110 mil a mais do que o observado em setembro.

“Apenas o setor de serviços e de comércio apresentaram adição de empregos no mês, com a indústria e o agro destruindo 10 mil empregos, cada. O resultado de outubro reforça a tendência de acomodação na margem do emprego. As últimas leituras da Pnad já indicam estabilidade na taxa de desocupação pelos últimos 3 meses, sugerindo que o mercado de trabalho está próximo do pico”, explicou o especialista.

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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