Ministro vai propor liberação do FGTS para 13 milhões de pessoas que foram demitidas

Ministro do Trabalho, Luiz Marinho afirma que liberação é uma demanda de trabalhadores que fizeram o saque-aniversário e foram demitidos neste ano

13 milhões de trabalhadores estão com o FGTS retido

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou que vai discutir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) uma liberação extraordinária de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para 13 milhões de trabalhadores que fizeram o saque-aniversário e foram demitidos em 2025. A medida pode começar a valer no primeiro trimestre de 2026.

Segundo o ministro, a liberação é uma demanda dos trabalhadores que tiveram o fundo retido por fazerem adesão ao saque-aniversário. “Tem a possibilidade de, no começo do ano, a gente conversar com o presidente para liberar esses recursos para essas famílias”, disse Marinho em conversa com jornalistas, nesta quinta-feira (27).

As regras do saque-aniversário permitem que o trabalhador retire uma parte do saldo das suas contas do FGTS anualmente, no mês de seu aniversário. Ao escolher essa modalidade, o trabalhador abre mão do direito de sacar o saldo total do fundo em caso de demissão sem justa causa, restando apenas a multa rescisória de 40%.

Marinho ressaltou que as mudanças poderão ser feitas por meio de Medida Provisória. Porém, como o governo já fez uma MP com esse tema em 2025, o assunto só pode ser repetido em 2026. “Eventualmente no primeiro trimestre, vou levar esse assunto ao presidente Lula até para ver se é o caso de liberar até para colaborar com a economia”, destacou.

A liberação do FGTS pode ocorrer em um momento em que o governo alterou as regras do saque-aniversário. Em outubro, o Conselho Curador do FGTS (CCFGTS) limitou a modalidade para uma parcela máxima de R$ 500 a ser antecipada, enquanto a parcela mínima foi limitada a R$ 100.

Na época, Marinho afirmou que o saque-aniversário do FGTS é uma “armadilha”. Segundo ele, o benefício enfraquece o fundo e a poupança dos trabalhadores, limitando investimentos. “Ao ser demitida, a pessoa não pode sacar o saldo do seu FGTS, e demissões acontecem todos os dias. Hoje, já temos 13 milhões de trabalhadores com valores bloqueados, que somam R$ 6,5 bilhões”, afirmou.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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