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Brasil gera 213 mil empregos em setembro, acima do esperado pelo mercado

Comparação com o ano passado mostra a desaceleração do mercado de trabalho em meio a alta de juros

Número de contratações formais foi de 2,2 milhões em setembro

O Brasil gerou cerca de 213 mil postos de trabalho com carteira assinada em setembro, de acordo com os dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), nesta quinta-feira (30). O resultado veio acima do esperado pelo mercado financeiro, que previa 169 mil novas vagas, de acordo com estimativa do Projeções Broadcast.

Se comparado com agosto, quando houve um saldo positivo de 147.358 vagas, o pior para o mês desde 2020, o avanço foi de 44% na geração de empregos formais. Porém, se comparado com o mesmo mês no ano passado, o resultado revela um recuo de 15,6% na geração de emprego.

Segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, o resultado do Caged do mês passado já era esperado pelo governo. “Setembro sempre tem uma expectativa de números bastante positivos. Para nós, não tem novidade. Seria novidade se abaixasse para a leitura do mercado”, disse.

O titular da pasta, porém, reconheceu a desaceleração do mercado de trabalho. Segundo ele, o resultado menor do que o de 2024 é um reflexo da taxa básica de juros, a Selic, que começou a crescer no final do ano e em junho chegou a 15% ao ano. “É uma sinalização da desaceleração do crescimento da economia”, declarou.

Ao todo, foram 2.292.492 contratações com carteira assinada e 2.079.490 demissões em setembro de 2025. Todos os cinco setores pesquisados pelo ministério registraram um saldo positivo na criação de empregos formais.

  • Serviços: 106.606 vagas formais
  • Indústria: 43.095
  • Comércio: 36.280
  • Construção civil: 23.855
  • Agropecuária: 3.167

No acumulado do ano, de janeiro a setembro, o Caged registrou 1.716.600 vagas formais. O resultado é uma queda de 13,9% na comparação com o mesmo período de 2024, quando haviam sido gerados 1.995.164 empregos CLT.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.