Galípolo diz que Banco Central seguiu a lei ao liquidar o Master

Presidente do Banco Central rebateu as críticas sobre uma suposta demora da autoridade monetária em intervir na operação do Master

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, rebateu as críticas sobre uma suposta demora da autoridade monetária em intervir no Banco Master, uma vez que a instituição já apresentava irregularidades há meses. O economista participou de uma audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, nesta terça-feira (25).

Galípolo afirma que há uma espécie de pressão nas redes sociais para que o BC responda os questionamentos das suas decisões, mas destaca que nesse caso todo o “procedimento legal demandando” foi seguido. “O Banco Central trabalhou desde o primeiro minuto. Em cada passo que foi dado, o Banco Central seguiu a lei”, disse.

O presidente do BC ainda disse que, após identificar as irregularidades na operação do Master, a autoridade monetária informou a Polícia Federal e o Ministério Público para conduzir as investigações sobre o assunto. Segundo o economista, se o Banco Central não seguir o procedimento de liquidação, a conduta por ser contestada.

“Por isso é importante que o BC cumpra o gabarito do que diz a norma legal. (...) A avaliação do BC se dá sobre a higidez da operação, se cumpriu as normas legais, os requisitos técnicos que são demandados. Jamais vamos julgar a conveniência”, disse Galípolo.

A liquidação do Master foi determinada na última terça-feira (18), como desdobramento da operação Compliance Zero, que resultou na prisão do banqueiro Daniel Vorcaro. A liquidação extrajudicial é um mecanismo adotado pelo Banco Central quando uma instituição financeira está em situação considerada irrecuperável.

Com a falência no radar, o Master começou a vender Certificados de Depósito Bancários (CDBs) com rendimentos irreais, bem acima da média de mercado. Com os investimentos, o banco aplicava o dinheiro em carteiras de crédito falsas, e em ativos de extremo risco.

Segundo as investigações, o Master teria negociado com o Banco de Brasília (BRB) para esconder a fabricação das carteiras falsas de crédito em uma operação que totalizou R$ 12,2 bilhões. O BRB, inclusive, tentou comprar o Master em uma transação de R$ 2 bilhões que foi barrada pelo Banco Central.

Os ativos negociados entre as duas instituições estão passando por uma auditoria da autoridade monetária. “Temos um desfazimento das operações por outros ativos. E o que o BC faz é uma auditoria sobre esses ativos. O risco que o BC vai olhar na auditoria é entender se os ativos estão adequados, se as garantias existem”, disse Galípolo.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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