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Efeitos do tarifaço devem ser vistos a médio e longo prazo, diz economista do Banco Inter

O efeito econômico das tarifas americanas devem afetar de forma significativa a economia, caso não haja novos recuos ou não termine a tensão entre o Brasil e o país norte-americano

Economista sênior do banco Inter, André Valério

O economista sênior do banco Inter, André Valério, acredita que, por conta dos recuos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, os impactos do tarifaço americano nas exportações brasileiras devem ser pequenos, atingindo apenas setores específicos.

Porém, a médio e longo prazo, o efeito econômico das tarifas americanas devem afetar de forma significativa a economia, caso não haja novos recuos ou não termine a tensão entre o Brasil e o país norte-americano.

O economista acredita ainda que a ajuda do governo brasileiro aos setores afetados, anunciada nesta quarta-feira (13), pode ter efeitos fiscais e barrar tentativas do Comitê de Política Monetária (Copom) em abaixar índices ligados à inflação.

A afirmação ocorreu em entrevista à Itatiaia durante uma palestra no evento Infrabusiness Expo 2025, que acontece em Belo Horizonte.

“A curto prazo a gente deve ter um impacto pequeno, a gente estima que o impacto não seja tão grande, porque a economia brasileira é fechada para o comércio internacional de modo geral, a gente tem baixa exposição para o mercado americano em termos de exportações totais, mas a gente vai ter um impacto significativo em alguns setores que têm sido ajudados pelo governo como foi anunciado hoje”, destaca.

O economista frisa que, se não forem revertidas as tarifas a médio prazo, o impacto na economia pode ser maior, devido à perda de parceiros comerciais. “Então, a curto prazo, a gente acha que esse impacto é menor, mas a médio e longo prazo, pode ser mais significativo, e aí entra a questão também dessas ajudas que podem ter efeitos secundários, principalmente pressionando a situação fiscal, que já está numa situação frágil, então a gente pode ter efeitos de piorar as expectativas, o que poderia no limite até mesmo dificultar o ciclo de cortes por parte do Copom se a percepção fiscal piorar”, pondera.

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Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.