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TJ de Minas vai julgar disputa entre cineasta e fotógrafo por foto de Tancredo

Imagem do ex-presidente e ex-governador de Minas apareceu em documentário

O documentário, lançado em 2011, tem quase duas horas de duração, e mostra fotos de Falci por apenas poucos segundos. Porém, no ano passado, o fotógrafo entrou com ação pedindo indenização pelo uso das fotografias

A disputa judicial entre o fotógrafo Sérgio Falci e o cineasta Silvio Tendler, em relação ao documentário biográfico ‘Tancredo – A Travessia’, está próxima do fim. No próximo dia 5 de maio, o recurso do diretor de Cinema será julgado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

O documentário, lançado em 2011, tem quase duas horas de duração, e mostra fotos de Falci por apenas poucos segundos. Porém, no ano passado, o fotógrafo entrou com ação pedindo indenização pelo uso das fotografias.

Tendler contesta, já que o próprio autor confessa que cedeu o uso das imagens para a Fundação Tancredo Neves, que, por sua vez, as doou para o diretor do filme, que aborda a vida de um dos maiores políticos do país.

A sentença reconhece que as fotografias ocupam apenas 11 segundos do documentário de 1h44m. “Sendo, assim, meras coadjuvantes, nos termos do acórdão, dispensando-se a obrigatoriedade de autorização do titular”, diz o advogado e desembargador Luis Gustavo Grandinetti, parecerista consultado por Tendler. “As seis fotografias podem ser consideradas meramente acessórias da biografia de Tancredo Neves, dispensando-se a autorização do seu autor”.

Em seu parecer Grandinetti acrescenta: “Como se constata, a exibição das fotos reclamadas pelo seu autor não constituíram o objetivo principal da obra Tancredo; não prejudicou a sua exploração comercial e tampouco causou prejuízo ao autor. Daí, que a reprodução das referidas imagens constituem limitação ao direito autoral e o seu uso é inteiramente lícito”, explica.

Lucas Ragazzi é jornalista investigativo com foco em política. É colunista da Rádio Itatiaia. Integrou o Núcleo de Jornalismo Investigativo da TV Globo e tem passagem pelo jornal O Tempo, onde cobriu o Congresso Nacional e comandou a coluna Minas na Esplanada, direto de Brasília. É autor do livro-reportagem “Brumadinho: a engenharia de um crime”.