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Vereador cogita retirar assinatura de projeto que aumenta vagas na Câmara de BH

Parlamentar teria se irritado porque presidente da Casa não assinou

Desde que se tornou presidente da Casa, em janeiro, Gabriel Azevedo tem optado por não assinar projetos

A decisão do presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, o vereador Gabriel Azevedo (sem partido), em não assinar o projeto que aumenta para 43 o número de vereadores desagradou um vereador.

A coluna apurou que um parlamentar está a se decidir se vai ou não manter a assinatura de apoio ao projeto, apresentado nesta terça-feira (28). Em anonimato, o vereador afirmou outros colegas também estariam estudando a retirada do apoio.

O projeto é uma Proposta de Emenda à Lei Orgânica (PELO) e argumenta que o número de habitantes da capital já possibilita, pela Constituição Federal, o aumento de vereadores na Casa.

Perguntado, Gabriel afirmou que a retirada da assinatura precisaria contar com pelo outros 20 vereadores: “Não sei quem é o vereador que só assina proposições se outros assinarem, embora presuma quem seja, mas aponto o artigo 141 do Regimento Interno, no seu § 3º: ‘Quando a autoria múltipla for obrigatória, é vedada a retirada de assinatura após o recebimento da proposição, permitida a retirada da proposição nos termos do inciso I do § 1º deste artigo’. Ou seja, para essa Proposta de Emenda a Lei Orgânica deixar de tramitar serão necessárias 20 assinaturas, dado que 40 vereadores assinaram, menos eu, pois já disse que não assinarei proposições enquanto ocupar a presidência da Câmara Municipal”, escreveu o parlamentar à coluna.

Desde que se tornou presidente da Casa, em janeiro, Gabriel Azevedo tem optado por não assinar projetos, embora tenha, já em 2023, integrado a autoria de três proposições. “Foram proposições de autoria da Mesa Diretora, como reajuste salarial dos servidores e mudanças regimentais, que precisam da assinatura justamente do presidente. O outro projeto de lei surgiu como ideia antes da posse como presidente e eu já tinha feito um acordo de assinatura”, disse.

Se aprovada, a mudança não valeria de imediato e o aumento de cadeiras aconteceria após as eleições de 2024. O projeto é uma Proposta de Emenda à Lei Orgânica (PELO) e argumenta que o número de habitantes da capital já possibilita, pela Constituição Federal, o aumento de vereadores na Casa.

Lucas Ragazzi é jornalista investigativo com foco em política. É colunista da Rádio Itatiaia. Integrou o Núcleo de Jornalismo Investigativo da TV Globo e tem passagem pelo jornal O Tempo, onde cobriu o Congresso Nacional e comandou a coluna Minas na Esplanada, direto de Brasília. É autor do livro-reportagem “Brumadinho: a engenharia de um crime”.