Jorge Messias deve ser indicado por Lula ao STF nesta quinta-feira (20)

Advogado-Geral da União (AGU) já está buscando apoio e tem encontro marcado com senadores evangélicos na semana que vem

Messias e Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode indicar o Advogado-Geral da União, Jorge Messias, para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (20). O AGU já iniciou a articulação com os senadores e começou pelos evangélicos.

O candidato à vaga deixada por Luís Roberto Barroso no Supremo participa de um evento de frente parlamentar evangélica na próxima quarta-feira (26). A rejeição ao nome de Messias é mais forte na bancada da direita. Com isso, ele inicia a movimentação de aproximação pelos parlamentares mais conversadores.

Os contatos iniciaram na última segunda-feira (18), quando o presidente Lula comunicou ao senador Rodrigo Pacheco (PSD) que o escolhido seria Messias.

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Quem é Messias

Aos 44 anos, Messias é formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e possui mestrado e doutorado pela Universidade de Brasília (UnB). Ingressou na carreira pública em 2007 como procurador da Fazenda Nacional e tem ampla experiência jurídica.

Durante o governo Dilma Rousseff (PT), foi subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, além de ter atuado como procurador do Banco Central, do BNDES e consultor jurídico do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

Perfil evangélico

Messias é evangélico e frequenta a Igreja Batista Cristã de Brasília desde 2016. Em suas redes sociais, costuma compartilhar mensagens religiosas e leituras de salmos.

Com esse perfil, ele é visto como um nome capaz de dialogar com setores conservadores do Congresso, o que pode facilitar sua aprovação no Senado.

Parlamentares avaliam que Messias não deve enfrentar grande resistência durante a sabatina.

Lava Jato

O nome de Jorge Messias ganhou repercussão nacional em 2016, durante a Operação Lava Jato, quando foi citado em uma gravação telefônica entre a então presidente Dilma Rousseff (PT) e o ex-presidente Lula.

Na ligação, Dilma informa que enviaria, por meio do “Bessias” o termo de posse de Lula na Casa Civil, que seria utilizado “em caso de necessidade”. O episódio ocorreu enquanto Lula havia sido nomeado, mas ainda não empossado, como ministro-chefe da Casa Civil.

Messias afirmou posteriormente que, naquele momento, apenas cumpria suas funções institucionais como assessor jurídico da Presidência e que a divulgação parcial e fora de contexto do áudio teve o propósito político de desestabilizar o governo.

Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.

A opinião deste artigo é do articulista e não reflete, necessariamente, a posição da Itatiaia.

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