O Partido dos Trabalhadores ficou sem cargos estratégicos e de comando na Comissão Parlamentar de Inquérito do Movimento Sem Terra, a CPI do MST. Presidência, vice-presidência e relatoria ficaram com defensores do agronegócio. A derrota da base de governo tem uma explicação simples. Apesar de contar com apoio de partidos de centro para formar maioria no Congresso Nacional, nessa pauta, especificamente, o Governo Lula não tem aval do chamado centrão. Por esse motivo, não conseguiu repetir o feito da CPMI de 8 de janeiro, onde tem posição “ mais confortável”.
Na CPI do MST, partidos “da frente ampla” indicaram representantes do agronegócio que têm como objetivo barrar as ocupações do Movimento Sem Terra no Brasil. Já a esquerda, que é minoria na comissão, planeja mostrar que o MST é um produtor importante de alimentos e é fundamental para a reforma agrária e redivisão de terras improdutivas no país.
Entre interlocutores do governo, a informação é de que o Partido dos Trabalhadores não apostou em um acordo e nem apresentou uma chapa para concorrer ao comando porque sabia que, nesse caso, não havia chance de vitória na composição. Apesar de saber do desgaste, algumas fontes da coluna disseram que a CPI não deve encontrar irregulares na relação entre governo e MST e nem vai destruir o movimento. Esta não é a primeira vez que a organização não governamental é alvo de investigação do parlamento. Em 2009, no primeiro Governo Lula, também foi realizada uma CPI do MST.
Mineiros na CPI
A Comissão tem três deputados federais mineiros como titulares: Domingos Sávio (PL) e Hercílio Diniz (MDB) representando o agronegócio e Padre João (PT) defendendo os trabalhadores sem-terra.
Conheça os Integrantes da CPI do MST
PL: Titulares – Capitão Alden (BA); Caroline de Toni (SC); Delegado Éder Mauro (PA); Domingos Sávio (MG); e Ricardo Salles (SP). Suplentes: Coronel Chrisóstomo (RO); Gustavo Gayer; Joaquim Passarinho; Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira (MS).
Federação do PT/PV/PC do B: Titulares – Padre João (MG); Nilto Tatto (SP); Valmir Assunção (BA); e Paulão (AL). Suplentes: Gleisi Hoffmann (PR); João Daniel (SE); Dionilson Marcon (RS); e Camila Jara (MS).
União Brasil: Titulares – Alfredo Gaspar (AL), Kim Kataguiri (SP) e Nicoletti (RR). Suplentes: Coronel Assis (MT); Coronel Ulyssess (AC) e Rafael Simões (MG);
PP: Ana Paula Leão (MG); Delegado Fabio Costa (AL) e Evair de Melo (ES). Suplentes: ainda não foram indicados;
MDB: Hercílio Coelho Diniz (MG) e Marussa Boldrin (GO). Suplentes: ainda não foram indicados;
Republicanos: Messias Donato (ES); Tenente Coronel Zucco (RS); Suplentes: Diego Garcia (PR)
PSD: Titular – Charles Fernandes (BA). Suplente: Delegada Katarina (SE)
Federação Cidadania e PSDB: Titular – Lucas Redecker (RS). Suplente: Geovania de Sá (SC)
PDT: Max Lemos (RJ). Suplente: ainda não foi indicado
PSB: uma vaga; ainda não foi indicado
Podemos: uma vaga
Patriota: Titular – Magda Mofatto (GO). Suplente: ainda não foi indicado
Federação Psol e Rede: Titular – Sâmia Bomfim (SP). Suplente: Talíria Petrone (RJ)
Funcionamento da CPI
A CPI será presidida pelo deputado federal Coronel Zucco (Republicanos-RS), o primeiro vice-presidente é Kim Kataguiri (União-SP) e o relator é o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (PL-SP).
A CPI do MST deve funcionar por 120 dias, com reuniões as terças e quintas-feiras.