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Se STF negar liberação de passaporte, base de Bolsonaro deve alegar ‘perseguição’ e ‘ditadura do judiciário’

Defesa do ex-presidente decidiu pedir autorização para que ele viaje para a posse de Trump. Liberação ‘seria surpresa’, diz fonte da coluna

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) devem alegar “perseguição” e “ditadura do judiciário”, caso o Supremo Tribunal Federal não libere o passaporte do político para que ele participe da posse de Donald Trump, nos Estados Unidos, no dia 20 de janeiro.

O discurso deve ser amplificado e internacionalizado por Donald Trump ou até mesmo por Elon Musk. No entanto, caso a justiça autorize a viagem, “seria surpresa’, disse uma das fontes da coluna.

O passaporte de Bolsonaro está retido desde fevereiro do ano passado por causa da investigação sobre a venda de joias que ele recebeu de presente de chefes de estado de outros países e que não poderiam ter sido vendidas. A medida é para evitar que investigado fuja para outro país.

Os advogados do ex-presidente solicitaram que o passaporte dele seja devolvido para uso entre os dias 17 e 22 de janeiro. Além do caso das joias, Bolsonaro é investigado por suposto plano de golpe de Estado e por falsificação de cartão de vacina,

Vantagem
Tendo ou não o passaporte liberado, Bolsonaro terá vantagem. Se o pedido for autorizado, ele participará da posse e terá visibilidade internacional. Se for negado, poderá adotar o discurso de que está sendo perseguido e também terá visibilidade fora do Brasil.

Estratégia
O pedido pode servir, inclusive, como forma pressão para que o judiciário eventualmente libere o passaporte, evitando a narrativa que vitimiza o ex-presidente.

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Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.
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