Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) devem alegar “perseguição” e “ditadura do judiciário”, caso o Supremo Tribunal Federal não libere o passaporte do político para que ele participe da posse de Donald Trump, nos Estados Unidos, no dia 20 de janeiro.
O discurso deve ser amplificado e internacionalizado por Donald Trump ou até mesmo por Elon Musk. No entanto, caso a justiça autorize a viagem, “seria surpresa’, disse uma das fontes da coluna.
O passaporte de Bolsonaro está retido desde fevereiro do ano passado por causa da investigação sobre a venda de joias que ele recebeu de presente de chefes de estado de outros países e que não poderiam ter sido vendidas. A medida é para evitar que investigado fuja para outro país.
Os advogados do ex-presidente solicitaram que o passaporte dele seja devolvido para uso entre os dias 17 e 22 de janeiro. Além do caso das joias, Bolsonaro é investigado por suposto plano de golpe de Estado e por falsificação de cartão de vacina,
Vantagem
Tendo ou não o passaporte liberado, Bolsonaro terá vantagem. Se o pedido for autorizado, ele participará da posse e terá visibilidade internacional. Se for negado, poderá adotar o discurso de que está sendo perseguido e também terá visibilidade fora do Brasil.
Estratégia
O pedido pode servir, inclusive, como forma pressão para que o judiciário eventualmente libere o passaporte, evitando a narrativa que vitimiza o ex-presidente.