Elize Araújo Giacomini é uma motorista parceira de aplicativo de transporte em Franca, no interior de São Paulo, que tem nota 4,80 na plataforma. Ela dirige um Honda Fit prata e é considerada “bem tranquila” e “gente boa e agradável” pelos passageiros que a avaliaram no app.
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A motorista está em
De acordo com Ullisses Campbell, jornalista e biógrafo (ele é autor de “Elize Matsunaga: A Mulher que Esquartejou o Marido”), Elize sempre usa máscara e óculos escuros nas corridas para dificultar a identificação. Ele publicou as informações no Instagram “Mulheres Assassinas”. Campbell informa, ainda, que Elize tem um pequeno ateliê de costura, que confecciona roupas para pets.
No post, há prints da tela de um aplicativo de corridas com a foto da Elize. Os aplicativos
A terceira empresa para a qual Elize prestaria serviços é a Maxim, uma companhia de menor porte com sede administrativa no Acre. A Maxim não se pronunciou sobre a situação.
Luciano Santoro, um dos advogados de Elize, respondeu à publicação de Campbell no Instagram. “Peço que reflita se há necessidade de expor alguém que está tentando trabalhar honestamente e com dignidade”, diz. “Falamos tanto em ressocialização, em recomeçar a vida sem voltar a praticar crimes, mas como ela será possível se perseguimos e estigmatizamos aqueles que passaram pelo sistema carcerário?”
Para Santoro, o post “busca estigmatizar o próximo e, como dizem os jovens, lacrar”. “Sua página está bombando, aproveita para conscientizar as pessoas sobre as finalidades da pena ou ajudar o próximo. Fique em paz”, completa.
Relembre o caso
Elize matou o marido com um tiro na cabeça dado por uma das 34 armas que o casal mantinha em casa. Segundo ela, ele a agrediu com um tapa no rosto ao descobrir que a mulher havia contratado um detetive particular para segui-lo. Ela alega ter atirado no marido após a discussão para se defender.
Na série “Elize Matsunaga: Era Uma Vez Um Crime”, lançada pela Netflix em 2021, Elize conta que não sabia o que fazer com o corpo do marido morto e, por isso, decidiu esquartejá-lo e colocar seus restos mortais em malas. Imagens de câmeras de segurança do prédio onde o casal morava registraram o momento em que Elize sai de casa com três malas.
Após confessar o crime, Elize foi condenada por júri popular. Ela permaneceu presa em regime fechado no presídio de Tremembé (SP) por 10 anos. Do casamento, Elize tem uma filha — atualmente com 12 anos — que vive com os avós paternos e da qual ela está impedida de se aproximar. Na série, ela diz que “a verdade eu só conto para ela”, referindo-se à filha.