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Sabe o que é low-code? A gente conta

Ferramentas podem ser utilizadas por quem não é especialista em programação

Escassez de mão de obra no segmento de tecnologia tem se aprofundado

Análise da consultoria Gartner aponta que, até 2025, 70% dos novos softwares e aplicativos serão desenvolvidos em low-code ou no-code. Em 2020, foram 25%. O segmento movimentou mundialmente cerca de US$ 13,8 bilhões em 2021. Isso representa crescimento de 22,6% em relação a 2020, quando foram US$ 11,2 bilhões.

No Brasil, o desafio é popularizar a cultura do pouco código. Os desenvolvedores são profissionais essenciais no contexto da transformação digital, mas ferramentas low-code (e no-code) podem ser aliadas nesse processo. Por isso, é importante entender o potencial delas.

Essas plataformas foram criadas para aumentar a produtividade das equipes de tecnologia da informação (TI) ao diminuir a quantidade de código necessária na criação de soluções. Além disso, são úteis para permitir que profissionais com conhecimentos básicos de desenvolvimento agreguem valor à companhia.

O low-code pode ser usado no desenvolvimento de soluções tecnológicas quando a empresa não tem especialistas em Java, Python ou outras linguagens. Como atualmente todas as empresas utilizam esse tipo de aplicação, a produção desses recursos deve ser acessível até para quem não é especialista em programação.

O conceito usa componentes prontos que permitem a personalização e a criação de novos elementos. Com essas plataformas, é possível, por exemplo, criar aplicativos, automatizar processos, criar relatórios e dashboards em tempo real e outros. E tudo isso sem conhecimento aprofundado de linguagens de programação.

Ele é, portanto, uma das opções para que empresas pequenas e com poucos recursos se beneficiem das possibilidades trazidas pela transformação digital. Além disso, permite que profissionais de diferentes áreas de atuação melhorem seu trabalho e tenham mais agilidade na resolução de problemas.

Os especialistas do setor, como engenheiros de software, programadores e designers, são os responsáveis pelo desenvolvimento das soluções tecnológicas atuais e, provavelmente, das que surgirão no futuro próximo. Só que não há profissionais suficientes e com a formação necessária para atender à demanda crescente.

No Brasil, por exemplo, o déficit de profissionais digitais pode ultrapassar 300 mil até 2024, de acordo com pesquisa do BrazilLAB e da Fundação Brava em parceria com o Center for Public Impact (CPI). Por isso, muitas iniciativas têm buscado garantir a formação de profissionais para o segmento. Em geral, esses treinamentos buscam capacitar interessados a partir de problemas reais para trabalhar de forma colaborativa.

Maior eficiência

Um estudo da Deloitte indica que a criação de códigos low-code pode ser de 50% a 90% mais rápida do que com a abordagem tradicional. As plataformas têm comandos para criar linhas automaticamente: isso facilita o desenvolvimento por quem não sabe a linguagem de programação e beneficia quem a domina ao liberar tempo para tarefas mais complexas.

Low-code e no-code consolidaram o conceito de citizen developer: profissionais que não têm formação em tecnologia, mas podem criar soluções para seu trabalho. Essas plataformas podem valer até US$ 190 milhões entre 2022 e 2030, de acordo com o instituto de pesquisas irlandês Research and Markets.

Uma pesquisa da consultoria IDC com 380 empresas aponta que quase metade dos entrevistados tem comprado plataformas low-code ou no-code. As empresas reconhecem nessas opções uma forma de modernizar os sistemas legados e oferecer soluções mais inovadoras.

Atualmente, a modernização digital é complexa porque há muitas opções e faltam profissionais qualificados para garantir entregas no tempo adequado. Com o low-code, vêm a eficiência na implantação, a simplicidade na manutenção, a precisão na governança e um menor custo operacional.