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Tumi Mboup: após Justiça de MG rejeitar, família registra bebê com nome africano no RJ

Agora registrada, a bebê poderá realizar os procedimentos básicos de saúde; ela nasceu no dia 22 de setembro no Hospital Sofia Feldman, em Belo Horizonte

Tumi Mboup: após Justiça de MG rejeitar, família registra bebê com nome africano no RJ

Após dores de cabeça em Minas Gerais, a família conseguiu registrar, nesta quinta-feira (2), a bebê Tumi Mboup no Rio de Janeiro.

Em vídeo publicado nas redes sociais, o sociólogo Fábio Rodrigo Vicente Tavares, pai da recém-nascida, afirmou que não enfrentou nenhuma dificuldade para obter a documentação da filha na capital fluminense.

“Às vezes a gente reclama à beça do RJ, mas aqui tem algumas coisas que são mais para frente do que esse povo cafona por aí. Você imagina, Belo Horizonte, a terceira maior capital desse país, e as pessoas passam por isso. Imagina no interior”, desabafou.

Tumi Mboup nasceu no dia 22 de setembro no Hospital Sofia Feldman, em Belo Horizonte. Agora, com a certidão de nascimento, ela poderá realizar os procedimentos básicos de saúde, como teste do pezinho ou acompanhamento pediátrico.

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Fábio também falou sobre a dificuldade de registrar a bebê em BH: “Fui em dois cartórios, inventaram um monte de alegações, um monte de problemas. Entrei na Justiça, fui na Defensoria. Uma burocracia danada”.

Na terça-feira (30), foi publicada a decisão da juíza Daniela Bertolini Rosa Coelho, que deferiu o nome “Tumi”, mas negou “Mboup”. O argumento foi que a palavra traz dois elementos que geram dúvida: dificuldade fonética e não ser explícito se se trata de nome composto ou sobrenome.

Nome de origem africana

Os pais, o sociólogo Fábio Rodrigo Vicente Tavares e a historiadora Kelly Cristina da Silva, escolheram Tumi Mboup para nomear a filha como traço de expressão da identidade cultural africana.

“Queríamos ressignificar nossa história, dar voz ao nosso povo que foi silenciado pelo colonialismo e pelo racismo. Mas nos deparamos com leis rasas, aplicadas de forma fria, que parecem não contemplar a todos”, disse a mãe em entrevista à Itatiaia.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia, escreve para Cidades, Brasil e Mundo. Apaixonado por boas histórias e música brasileira.