À medida que o fim de semana se aproxima, aumenta a preocupação dos consumidores em todo o Brasil sobre a segurança das bebidas alcoólicas. O recente surto de
O professor do curso de Gastronomia do Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH) e especialista em bebidas, Carlos Henrique de Faria Vasconcelos, explicou, em entrevista à Itatiaia, o que os consumidores devem fazer diante desse cenário.
Segundo ele, a principal regra agora é consumir apenas produtos de procedência confiável e, quando possível, optar por bebidas enlatadas. “Para os amantes do destilado, hoje já temos no mercado vários produtos vendidos em lata, como as bebidas mistas prontas”, disse Carlos Henrique.
O professor ressalta que embalagens em lata oferecem uma proteção extra. “Os produtos enlatados são menos preocupantes porque, uma vez aberta, a lata não pode ser reaproveitada. O risco de
Cerveja pode?
Quanto ao tipo de bebida, ele diferencia riscos: bebidas fermentadas, como cerveja e vinho, têm menor probabilidade de contaminação por metanol, pois têm baixo teor alcoólico. Já os destilados como cachaça, vodka, gin e whisky, são mais vulneráveis porque seu processo e valor tornam a adulteração mais atrativa para criminosos.
Carlos Henrique também esclarece quanto a presença natural do metanol nas bebidas: “O metanol pode ser produzido em baixíssimas quantidades em processos naturais de produção de bebidas, mas as proporções são ínfimas. Então ele não é um composto que encontramos em quantidades nocivas em bebidas para consumo humano”. Em outras palavras: quando há metanol em níveis perigosos, é porque houve adulteração ou erro grave no processo de destilação.
Sobre o motivo da adulteração, o professor aponta a economia criminosa por trás do ato: “O metanol é mais barato que outras matérias-primas, então o contraventor age na clandestinidade sabendo que existe risco de ser descoberto, mas também sabendo que, se não for, terá lucro elevado”, apontou.
Para ilustrar o risco de forma didática, ele usa uma analogia com combustíveis:
Casos
Até o momento, a prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) não recebeu nenhuma notificação sobre casos ou óbitos decorrentes de intoxicação por metanol na capital.
Já em São Paulo, o número de suspeitas de intoxicação por metanol aumentou de 45 para 52, de acordo com balanço divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde na manhã desta quinta-feira (3). As notificações englobam tanto casos quanto mortes.
*Sob supervisão de Edu Oliveria