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Mineração ilegal em MG pode gerar novas catástrofes: ‘Há risco’, diz PF

PF cobra que órgãos ambientais fiscalizem concessões ligadas à mineração ilegal; pelo menos 15 pessoas foram presas preventivamente

Servidores, político e empresários: veja quem são os alvos da operação contra mineração ilegal

A Polícia Federal (PF) afirma que a exploração ilegal de minério, realizada pela organização criminosa investigada, ocorria em áreas de preservação e pode gerar “catástrofes no futuro”, assim como ocorreu com os rompimentos das barragens de Mariana e Brumadinho. Conforme a PF, o esquema ilegal poderia gerar lucro superior a R$ 18 bilhões para o grupo. A megaoperação é contra um esquema de fraudes em licenças ambientais envolvendo mineração.

Até a publicação desta reportagem, pelo menos 15 pessoas foram presas preventivamente. O principal alvo da operação é Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como líder da organização. No total, foram expedidos 22 mandados de prisão preventiva, além de buscas e apreensões em imóveis de alto padrão.

O diretor de Crimes contra a Amazônia da PF, Humberto Freire, explicou, em coletiva de imprensa, que havia um esquema envolvendo empresas privadas, pessoas ligadas a elas e agentes públicos corrompidos para aprovar projetos de forma irregular. “Essa exploração clandestina pode trazer catástrofes e mortes”, disse.

Durante a coletiva, questionado sobre riscos às populações próximas das áreas de mineração, o superintendente da PF em Minas, Richard Macedo, afirmou que cabe aos órgãos ambientais verificar todas as concessões concedidas ao grupo.

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“A gente espera que os órgãos ambientais façam as fiscalizações necessárias e verifiquem todas as concessões que foram entregues a esse grupo criminoso. Nossa perspectiva é que esta operação não seja apenas um ataque direto à organização, mas também um mecanismo de prevenção para que novas tragédias não voltem a ocorrer”, disse Richard Macedo.

A Itatiaia entrou em contato com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e aguarda um posicionamento.

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A PF também frisou que a degradação ambiental causada por atividades ilegais desse tipo já trouxe “consequências graves” para Minas Gerais. “Há quem se beneficie da exploração indiscriminada do patrimônio histórico, cultural e ambiental brasileiro em proveito próprio, deixando como legado uma degradação que, aqui em Minas Gerais, já trouxe consequências graves”, completou Richard.

Barragens

Em 25 de janeiro de 2019 , o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, da Vale, deixou 272 mortos e se tornou uma das maiores tragédias da história de Minas Gerais e do Brasil.

Quatro anos antes, em 5 de novembro de 2015, o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, da Samarco (controlada pela Vale e pela BHP Billiton), deixando 19 mortos e um mar de lama que destruiu comunidades inteiras e contaminou o Rio Doce.

Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.
Jornalista graduada pelo Centro Universitário Newton Paiva em 2005. Atua como repórter de cidades na Rádio Itatiaia desde 2022
Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.