O empresário Renê Junior, assassino confesso do gari Laudemir Fernandes, voltou a ter bens bloqueados pela Justiça, assim como a sua esposa, a delegada da Polícia Civil Ana Paula Lamego Balbino Nogueira. A Itatiaia apurou que a decisão foi tomada no fim da tarde de terça (23) pelo juiz Marcus Vinícius do Amaral Daher, da 3ª Vara Cível de Contagem.
O bloqueio do valor de R$ 200 mil em nome do casal foi solicitado por Liliane França da Silva, viúva do gari assassinado e que também entrou com um pedido de indenização separado da ação da filha de Laudemir. Liliane alegou no processo que “que a perda de seu companheiro, além do imensurável abalo moral, gerou severo impacto material, pois ele era o provedor da família”.
“Diante do fundado receio de que os réus dilapidem seu patrimônio para frustrar uma futura e provável condenação indenizatória, requer a concessão de tutela de urgência para determinar o arresto de bens e valores no montante de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais). Pugnou, ainda, pela concessão dos benefícios da justiça gratuita”.
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Além de autorizar o bloqueio dos R$ 200 mil em bens e valores em nome do casal, o juiz também deferiu o pedido de justiça gratuita. Com isso, Liliane terá as custas processuais e honorários advocatícios pagos pelo Estado.
Vale lembrar que, na semana passada, a
Relembre o caso
A vítima trabalhava na coleta de lixo quando Renê Júnior, que dirigia um BYD de cor cinza, que seguia no sentido contrário, se irritou, alegando que o veículo atrapalhava o trânsito.
Armado, Renê apontou a arma para a motorista do caminhão e ameaçou atirar no rosto dela. Ele seguiu, passou pelo caminhão, desceu do carro com a arma em punho, deixou o carregador cair, o recolocou e atirou contra o gari.
A bala atingiu a região das costelas do lado direito, atravessou o corpo e se alojou no antebraço esquerdo. Renê foi preso horas depois, ao chegar à uma academia de alto padrão na Região Oeste de BH.
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