Ouvindo...

Caso Soraya Tatiana: entenda quem assume a defesa após advogado desistir do caso

Soraya Tatiana, de 56 anos, foi morta pelo próprio filho, Matteos França, que confessou o crime à polícia. Advogado desistiu do caso por ‘valores éticos e morais’

Matteos França Campos foi preso na sexta-feira (25)

O advogado Gabriel Arruda, que representava Matteos França Campos, de 32 anos, acusado de matar a própria mãe, a professora Soraya Tatiana, de 56 anos, anunciou nesta terça-feira (5) que deixou o caso. A decisão, segundo Gabriel Arruda, foi tomada após uma “criteriosa análise” do processo.

Em comunicado oficial, ele alegou que a desistência está relacionada aos “valores éticos e morais” de seu escritório. “Decidimos não dar prosseguimento à defesa no processo envolvendo a morte da professora Soraya Tatiana. Tal decisão refere-se a valores éticos e morais do nosso escritório”, declarou.

Para o advogado criminalista, Luan Veloso, a renúncia de um advogado escolhido pelo réu para defendê-lo pode ocorrer por inúmeros motivos, que podem incluir, até mesmo, “convicções pessoais do advogado que o levem a reconsiderar a aceitação daquela defesa em seu escritório”, detalha o advogado.

Fatores como descumprimento de cláusulas do contrato firmado entre as partes e a incompatibilidade entre o trabalho desenvolvido pelo advogado e os interesses do réu também podem levar um advogado a desistir de representar alguém.

Quem defende o acusado depois que o advogado desiste?

Com a renúncia do primeiro advogado, Matteos França tem até 10 dias para conseguir um novo profissional que o defenda. Mas, se ninguém aceitar defendê-lo, a Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) pode assumir o caso.

“A defesa apresentada pela Defensoria Pública é equivalente àquela realizada por um advogado particular. Os defensores públicos são profissionais devidamente habilitados, que passaram em concurso público para atuar na defesa de pessoas que não possuem condições econômicas de contratar um advogado particular — ou que, por qualquer motivo, optam por não fazê-lo”, reforça Luan Veloso.

Relembre o caso

Matteos França foi preso pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) no dia 25 de julho, acusado de matar a própria mãe, a professora Soraya Tatiaia, de 56 anos, por enforcamento e abandonar o corpo sob um viaduto em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no dia 18 de julho.

Após o crime, ele viajou com amigos para a Serra do Cipó, saindo por volta de 20h30 de sexta-feira (18). Segundo Matteos, que confessou o crime para a Polícia, ele estava endividado por conta de jogos, apostas na internet e empréstimos consignados. A situação motivou a briga com a mãe.

O corpo de Soraya Tatiana Bonfim França, de 56 anos, foi encontrado no dia 20 de julho. A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) foi acionada por uma denúncia anônima. A vítima estava tampada parcialmente por um lençol, vestia somente a parte superior das roupas, tinha sinais de violência e estava sem documentos de identificação. Ela estava desaparecida desde a noite do dia 18 de julho.

Transferência de presídio

Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública nesta quarta-feira (30), Matteos França Campos, foi transferido novamente de penitenciária. Agora, Matteos segue sob custódia no Presídio de Caeté, onde se encontra desde o dia 29 de julho.

A Itatiaia apurou que ele foi ameaçado de morte por outros detentos no presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, onde 19 presos morreram neste ano.

Antes, ele estava detido no Ceresp Gameleira, em Belo Horizonte, onde também foi alvo de ameaças.

*Sob supervisão de Marcello Pereira.

Leia também

Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas