Antes de hackear o CNJ, mineiro começou no crime com a compra de cartões de crédito de carteiros

O foragido, natural de Sete Lagoas, na Região Central de Minas Gerais, é considerado “temido” na cidade por atuar há anos como líder de uma quadrilha de estelionatários

Preso por hackear a Justiça é solto após possível nova fraude ao sistema em Minas

Ricardo Lopes de Araújo, de 32 anos, conhecido pelo vulgo “Dom”, apontado como responsável por hackear sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), iniciou a trajetória criminosa com a compra de cartões de crédito de carteiros e, com o tempo, passou a invadir sistemas judiciais. É o que indicam fontes da segurança pública à Itatiaia.

O foragido, natural de Sete Lagoas, na Região Central de Minas Gerais, é considerado “temido” na cidade por atuar há anos como líder de uma quadrilha de estelionatários. Ele acumula diversas passagens pela polícia.

Ricardo foi um dos nove presos pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) no dia 10 de dezembro, durante a operação “ Veredicto Sombrio”. Segundo as investigações, Dom liderava um grupo criminoso especializado em fraudes como o bloqueio e desbloqueio de veículos e de valores apreendidos pelo Estado, além da inclusão ou retirada irregular de mandados de prisão e alvarás de soltura.

Fontes informaram à reportagem que o investigado fugiu do sistema prisional por meio do uso de um alvará de soltura falsificado. Ao menos outros três detentos que dividiam cela com ele também teriam sido beneficiados. As fugas ocorreram no último sábado (20).

De acordo com a apuração, os colegas que escaparam foram usados por Ricardo como “cobaias” para testar se o esquema ainda funcionava e, por isso, foi o último a deixar o presídio.

Em nota, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) afirmou que “todas as ordens fraudulentas foram identificadas em menos de 24 horas após a expedição e devidamente canceladas” e que “foram adotadas as providências necessárias para a restauração dos mandados prisionais”.

“Ao mesmo tempo, os órgãos de segurança estaduais e federais foram acionados, e não serão medidos esforços para a recaptura dos foragidos, bem como para a rigorosa apuração dos fatos”, acrescentou o tribunal.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) nesta quarta-feira (24) e aguarda um posicionamento.

Saiba como denunciar

A Polícia Civil de Minas Gerais orienta que cidadãos que tenham informações sobre foragidos denunciem por ligação para o número 181, do Disque Denúncia. A chamada é gratuita, e o sigilo é garantido.

Repórter policial e investigativo, apresentador do Itatiaia Patrulha.

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