Polícia prende 9 suspeitos de hackear a Justiça para fraudar alvarás de soltura em MG

Operação Veredicto Sombrio cumpriu, nesta quarta-feira (10), 27 mandados judiciais em Belo Horizonte, Jacutinga e Sete Lagoas

Polícia prende 9 suspeitos de hackear a Justiça para fraudar alvarás de soltura em MG

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou, nesta quarta-feira (10), a operação Veredicto Sombrio, que prendeu nove investigados acusados de hackear sistemas operacionais do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Foram cumpridos 27 mandados judiciais nas cidades de Belo Horizonte, Jacutinga e Sete Lagoas.

Entre as fraudes praticadas estão o bloqueio e desbloqueio de veículos e valores apreendidos pelo Estado, além da inclusão ou retirada de mandados de prisão e alvarás de soltura.

Segundo o delegado Álvaro Huertas, chefe do Deoesp (Departamento Estadual de Operações Especiais), os investigados chegaram a utilizar credenciais de magistrados nas ações criminosas. No entanto, Huertas afirma que as tentativas de fraude não foram concretizadas.

“Eles fizeram a modificação no sistema, mas não teve nenhum tipo de prejuízo, porque isso era a facilmente identificado pela inteligência do Tribunal de Justiça e era controlado”, afirmou.

Apreensão e bloqueio de bens dos investigados

Além das nove prisões, a operação Veredicto Sombrio resultou na apreensão de veículos de luxo, joias, computadores e aparelhos celulares. Foram bloqueados R$ 40 milhões, incluindo cerca de 180 mil dólares em criptoativos.

Álvaro Huertas detalhou que os investigados são hackers com perfis parecidos. Os presos são jovens adultos das classes média alta ou baixa, com acesso aos sistemas de informação e sem registros de crimes violentos.

A primeira fase da operação focou em investigar os principais atores da organização criminosa. O próximo passo será investigar as pessoas que contrataram os serviços dos hackers e tentaram se beneficiar das fraudes na Justiça.

Os crimes foram identificados pela inteligência do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e pela Corregedoria-Geral de Justiça. Posteriormente, as informações foram encaminhadas à 3ª Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado do Departamento Estadual de Operações Especiais (3ª Draco/Deoesp).

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Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia, escreve para Cidades, Brasil e Mundo. Apaixonado por boas histórias e música brasileira.

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