Bitcon cai mais de 10%, e criptomoedas acumulam perda de US$ 1,5 trilhões

Moedas digitais como bitcoin e ethereum recuam em um cenário em que investidores buscam segurança em suas carteiras

Mercado busca segurança de ativos tradicionais

O bitcoin (BTC) e as criptomoedas lideram a aversão ao risco nesta sexta-feira (21), seguindo a trajetória de queda das últimas semanas. Principal moeda dos ativos digitais, o BTC recuou 10% nas últimas 24 horas, aos US$ 82 mil, o menor nível desde 10 de abril, quando chegou a bater US$ 79 mil.

A queda do BTC é um reflexo do mercado de cripto nos últimos meses, com investidores buscando ativos de segurança em meio ao cenário de incerteza econômica nos Estados Unidos. Os ativos digitais encolheram em quase US$ 1,5 trilhão em valor de mercado desde o 6 de outubro, com novembro caminhando para ser um dos piores meses dos últimos três anos.

Entre outras criptomoedas importantes do mercado, o Ethereum (ETH) recua em 8% aos US$ 2.744,48, patamar de queda semelhante do XRP, que está cotado em US$ 1,94. Segundo o economista e sócio da iHUB Investimentos, Lucas Sharau, o cenário é típico de momentos em que a aversão global ao risco aumenta.

“O Bitcoin é amplamente impactado quando o apetite a risco desaparece. É um ativo que amplifica movimentos de queda em períodos de aversão, por isso exige cautela de quem investe”, explicou.

Sharau destaca que, embora a popularização dos ETFs de Bitcoin e os avanços regulatórios tragam mais estabilidade ao setor, isso não elimina o risco. “Não há calmaria automática só porque agora há mais infraestrutura ou ETFs; o risco permanece, principalmente para perfis mais conservadores”, afirmou.

No radar do mercado está o relatório de emprego dos Estados Unidos, relativo a setembro. O chamado Payroll voltou a ser divulgado após o fim da paralisação do governo americano, revelando uma criação de vagas de emprego maior do que o esperado. O indicador saiu de menos 4 mil vagas em agosto, para mais 119 mil em setembro.

“A retomada na criação de vagas no setor privado reforça a percepção de que a economia americana esteve mais resiliente do que o esperado em setembro, reduzindo apostas em cortes rápidos de juros pelo Federal Reserve. Isso, por sua vez, tende a sustentar os rendimentos dos títulos do Tesouro americano e fortalecer o dólar globalmente”, disse o Leonel Mattos, analista de inteligência de mercado da StoneX.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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