O dólar opera em forte alta frente ao real nesta sexta-feira (21), um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirar as
Apesar da lógica ser uma desvalorização da moeda americana, com ativos domésticos se beneficiando com o fim da sobretaxa, o peso maior na bolsa são os dados econômicos dos EUA mostrando um mercado de trabalho robusto. Investidores repercutem com atraso as estatísticas do Payroll, o relatório de empregos oficial americano, divulgado nessa quinta-feira (20), em pleno feriado no Brasil.
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O indicador apontou uma recuperação na criação de vagas de trabalho, passando de menos 4 mil em agosto para 119 mil em setembro. Por outro lado, a taxa de desemprego do país teve uma leve alta, indo de 4,3% para 4,4%. Segundo o analista de inteligência de mercado da StoneX, Leonel Mattos, o resultado favorece o dólar globalmente.
“A retomada na criação de vagas no setor privado reforça a percepção de que a economia americana esteve mais resiliente do que o esperado em setembro, reduzindo apostas em cortes rápidos de juros pelo Federal Reserve. Isso, por sua vez, tende a
Com o mercado de trabalho parcialmente aquecido, e a inflação em um patamar elevado para os padrões americanos (2,7%), investidores passam a apostar em uma manutenção da taxa básica de juros pelo Federal Reserve (Fed). Com a taxa brasileira (Selic) em 15% ao ano, a manutenção dos juros americanos favorece os ativos dos Estados Unidos.
Nesse cenário, o Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro, recua 0,88% nesta sexta-feira (21) aos 154,016.19 pontos.
Fim do tarifaço traz segurança para os investidores
Apesar de não ter grandes impactos no pregão desta sexta, o fim da sobretaxa aos produtos brasileiros ajuda a segurar a queda dos ativos domésticos. Isso ocorre porque a isenção tende a beneficiar as exportações do país, aumentando a entrada de moeda estrangeira no Brasil e favorecendo o real.
Segundo Leonel Mattos, a decisão de Donald Trump diminui a imprevisibilidade e a percepção de risco do mercado brasileiro, o que atrai investimentos estrangeiros. “Os anúncios de isenções para produtos agrícolas ocorrem em um momento em que a Casa Branca intensifica medidas voltadas à redução do custo de vida, diante do crescente descontentamento dos eleitores americanos com a economia, especialmente em relação à inflação”, explicou.