Luiz Gustavo Lopes Silva, de 27 anos, acusado de matar a ex-namorada Monique Ferreira Costa, de 21 anos, em fevereiro do ano passado, teve a sua pena aumentada de 19 para 29 anos nesta segunda-feira (16). Um ano depois de ter cometido o crime, em fevereiro deste ano, ele havia sido condenado pelo Tribunal do Júri por feminicídio, fraude processual e ocultação de cadáver.
O documento da decisão judicial detalha como foi o dia em que Luiz Gustavo matou Monique. Um dia antes de ocultar o cadáver, o réu esteve em um motel, em Belo Horizonte, com uma garota de programa, que acabou se tornando testemunha no processo.
No dia 15 de fevereiro, ele marcou um programa sexual com a testemunha, e disse a ela que precisaria sair às 3h da madrugada, mas que voltaria. Conforme o combinado, Luiz Gustavo saiu, e foi nesse momento que ele buscou o corpo da vítima, que já estava embalado, em seu apartamento em BH. Depois, ele desovou o cadáver na zona rural de Ouro Preto, no Viaduto das Almas, e retornou ao motel, onde seguiu na companhia da garota de programa até 6h.
A mãe da vítima também foi testemunha. Ela dela disse que Monique “
A mãe detalha: “minha filha queria terminar com Luiz faz tempo. O Luiz pegou dinheiro com agiota e o agiota ameaçou ele de morte. O agiota foi no apartamento do Luiz, no Buritis, tirou foto do apartamento e falou que se não tivesse o dinheiro até a noite, ele ia entrar no apartamento e matar todo mundo. O Luiz, desesperado, não tinha dinheiro para pagar o agiota. Minha filha estava reclamando direto comigo que queria terminar o relacionamento porque não estava mais aguentado o Luiz ficar pedindo dinheiro a ela”.
O depoimento da mãe foi confirmado pelas investigações. Consta no documento que “O denunciado, embora endividado, realizava empréstimos com agiotas para ostentar padrão social elevado, com viagens caras e aluguéis de carro de luxo, e por não ter dinheiro para saldar as dívidas, era constantemente ameaçado, o que fazia com que ele pedisse/pegasse dinheiro da vítima”.
Leia também:
Caso Monique: namorado de mulher que desapareceu em Contagem é preso pela polícia Caso Monique: namorado é condenado a mais de 19 anos de prisão por feminicídio Caso Monique: enterro é adiado para domingo por falta de certidão
Dinâmica do crime
No dia em que Luiz Gustavo teria matado Monique, ele foi ao apartamento dela, e a agrediu. A vítima teve um corte no lábio inferior, que sangrava e acabou deixando um rastro no chão até o banheiro, onde ela se trancou. O suspeito arrombou a porta do banheiro e a levou para o quarto, onde consumou o feminicídio, por asfixia.
Depois, ele coloca Monique no carro dela, que estava na garagem. Luiz Gustavo, então, leva o corpo da ex-namorada para o seu apartamento de luxo, no bairro Buritis. Segundo o documento, ele “desliga o carro por 3 minutos. É tempo suficiente para ele carregar o corpo, deixar no seu quarto e voltar para o carro”. O réu deixa o corpo em casa e passa a noite no apartamento da vítima.
O corpo passa um dia no apartamento no Buritis, até ser desovado em Ouro Preto, onde foi encontrado em avançado estado de decomposição. Quando ele volta ao seu apartamento para buscar o cadáver, ele ainda aproveita para ocultar as manchas de sangue deixadas no local, antes de voltar ao motel onde estava.
O perito criminal do caso comenta, no processo: “nos meus 16 anos como delegado policial, nunca vimos situação como essa”, declara.
Quando Luiz Gustavo foi preso, ele tentava entrar na casa da namorada morta. O homem estava acompanhado por um chaveiro, e teria arrombado o apartamento de Monique para levar móveis e pertences.
Relembre o caso
Monique Ferreira Costa, de 21 anos, desapareceu na madrugada do dia 14 de fevereiro após enviar uma mensagem enigmática para a mãe, dizendo:
O corpo da jovem
A jovem foi morta por esganadura dentro do apartamento em que vivia em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, conforme a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).
*Sob supervisão de Marina Borges