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Réu é absolvido de homicídio, mas acaba detido minutos depois com droga no tribunal

Homem era acusado de participar da morte de um idoso após falsa acusação de pedofilia em 2021; vítima foi encontrada nas proximidades da pista marginal do Anel Rodoviário

Réu absolvido é conduzido à delegacia em BH por portar droga em júri popular

Três homens foram absolvidos pelo 2º Tribunal do Júri da Comarca de Belo Horizonte da acusação de terem participado da morte de um idoso após falsa acusação de pedofilia em 2021. O júri popular foi realizado na última terça-feira (9), quando o Conselho de Sentença votou pela absolvição dos três. Apesar disso, um pino de cocaína foi encontrado por policiais militares com um dos réus que assistia à sessão de julgamento.

Embora tenha sido absolvido do crime que estava sendo julgado, o homem foi conduzido para uma unidade policial para ser realizado o Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). A Itatiaia entrou em contato com a Polícia Civil para saber se o suspeito teve a prisão confirmada e aguarda retorno.

A absolvição do homem e dos outros dois acusados seguiu pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que considerou não haver provas suficientes para autoria do crime e para a condenação.

O trabalho dos policias militares responsáveis por identificar a droga com o réu foi elogiado pela Juíza Maria Beatriz Fonseca da Costa Biasutti Silva, que presidiu o julgamento. “É esse o trabalho, a perspicácia, o tirocínio de uma corporação, que tem esse empenho, que tem esse cuidado, essa expertise de lidar com situações do dia a dia”, afirmou a magistrada.

Homicídio de idoso em BH

Junto com outros dois réus, o homem encaminhado à delegacia estava sendo julgado por agredir violentamente a vítima, identificada como Osmar Marques de Oliveira, com pauladas e pedradas até a morte na noite do dia 21 de setembro de 2021.

A vítima foi encontrada nas proximidades da pista marginal do Anel Rodoviário, no Parque Guilherme Lage, em Belo Horizonte. Além dos três réus, três pessoas também foram acusadas de participar do crime e uma de ser a mentora intelectual do assassinato.

Eles tiveram os processos desmebrados. De acordo com denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), depois de fazer uso de bebida alcoólica, a vítima expôs o órgão genital, o que desagradou uma moradora.

A mulher, então, retaliou o comportamento e denunciou o homem a um grupo de criminoso da região. Ela divulgou o boato de que o homem seria um estuprador, pedófilo e estaria mostrando o órgão genital para crianças.

Em razão do boato, a vítima foi capturada, torturada, espancada e teve o corpo arrastado para uma vala. Um dos acusados foi condenado a uma pena de 16 anos e 7 meses de reclusão em regime fechado por homicídio qualificado em abril de 2024.

(Sob supervisão de Lucas Borges)

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Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas