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Alerta em Contagem: governo de MG acompanha aumento de casos de diarreia

Entre 3 de agosto e 8 de setembro, Contagem registrou cerca de 54 atendimentos por gastroenterites e doença diarreica aguda (DDA) por dia

Entre 3 de agosto e 8 de setembro, Contagem registrou 54 atendimentos por gastroenterites e doença diarreica aguda (DDA) por dia

O aumento de casos de Doença Diarreica Aguda (DDA) em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), é acompanhado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). A informação foi confirmada pelo Secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (10).

Entre 3 de agosto e 8 de setembro, Contagem registrou cerca de 54 atendimentos por gastroenterites e doença diarreica aguda (DDA) por dia, o que representa 1.957 casos da doença em quase 40 dias. O número representa ainda um aumento 38% em relação ao período epidemiológico anterior, quando, entre 6 de julho a 2 de agosto, o município teve 1.412 casos notificados.

O secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, informou que o período entre agosto e dezembro é a época das doenças diarreicas. “Estamos acompanhando, sim, Contagem, que está fora da curva de Minas Gerais. Minas está mantendo uma curva muito parecida dos outros anos, mas Contagem está muito acima”, detalhou Baccheretti.

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No mesmo período, mas no ano passado, Contagem registrou 1.242 casos de Doença Diarreica Aguda (DDA). Uma diferença de 715 casos de um ano para o outro. Apesar do aumento fora da curva do estado, a Prefeitura de Contagem avalia que o aumento no número de casos ainda está dentro do esperado.

O perfil mais afetado tem sido de mulheres e homens, entre 20 e 29 anos. De acordo com o executivo municipal, esse é justamente o público que mais procura as UPAs. Para Baccheretti, o principal ponto de preocupação relacionado à doença diarreica aguda (DDA) são as crianças e os idosos que possuem mais chances de terem sintomas graves, como a desidratação.

O chefe da pasta da Saúde também reforça que a contaminação de diarreia e gastroenterite se dão também pelas mãos sujas levadas até à boca. “Então, nós temos que voltar às recomendações de lavar as mãos, criança com diarreia: evitar contato com outras crianças – para que a gente não tenha essa disseminação aumentada, mas estamos acompanhando de perto”, recomendou o secretário.

De acordo com a Secretária de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), as doenças diarreicas agudas correspondem a um grupo de infecções gastrointestinais que podem ser causadas por bactérias, vírus ou parasitas. A pasta ressalta que essas infecções geralmente são associadas a fatores como consumo de água e alimentos contaminados, falta de saneamento e condições inadequadas de higiene.

“Embora, em grande parte dos casos, apresentem evolução autolimitada, é importante ressaltar que podem causar quadros de desidratação, especialmente em crianças, idosos e pessoas imunossuprimidas”, detalhou a pasta em nota enviada à Itatiaia.

Ainda segundo a pasta, o monitoramento epidemiológico dos casos notificados é realizado por meio do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica de Doença Diarreica Aguda (Sivep-DDA).

“A SES-MG atua ainda no apoio às investigações de surtos de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA), com foco na identificação de possíveis fontes de contaminação e na adoção de medidas de redução de riscos”, completou.

Em relação a vigilância da qualidade da água, a Secretária de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) avalia parâmetros físico-químicos e microbiológicos da água distribuída à população. Vale ressaltar que a Copasa negou qualquer relação de Doenças Diarreicas Agudas com a qualidade da água fornecida pela companhia.

“A Copasa reitera a irresponsabilidade em associar a qualidade dessa água, repetidamente testada e aprovada pelo Ministério da Saúde, a quaisquer doenças sem comprovação de órgãos oficiais. O processo de tratamento contém cloro residual, que é inibidor de quaisquer vírus e bactérias que possam provocar doenças veiculadas pela água”, destacou a empresa em nota.

Aumento dos casos de diarreia

A Promotoria de Justiça de Contagem instaurou, na última terça-feira (9), um procedimento para apurar o surto de diarreia em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Secretaria Municipal de Saúde do município informou à Itatiaia que investiga o possível agente responsável pelo aumento dos casos e realizou coletas em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

De acordo com a secretaria, os registros contemplam ambos os agravos de forma agrupada, por não ser possível distingui-los separadamente no momento. À reportagem, o médico Artur Oliveira Mendes, especialista em Medicina de Família e Comunidade, cooperado da Unimed-BH, explicou que a doença diarreica aguda acontece em função de uma irritação na parede do intestino.

A irritação faz com que o órgão se movimente rapidamente, muitas vezes gerando cólica, e absorvendo menos o alimento e o líquido. Já no caso da gastroenterite é quando a irritação ocorre em razão de uma bactéria, que agride de forma mais intensa, com cólicas mais intensas, febre.

“O principal risco da diarreia é a desidratação. A pessoa acaba ficando mais enfraquecida e isso pode levar as situações até as necessidades de hospitalização. Por isso é preciso ficar atento, manter uma hidratação vigorosa e nessa diarreia que não cede, o cujo desconforto é muito intenso, não deixar de procurar o serviço de saúde e não usar remédio por conta própria”, reforçou o especialista.

Além das coletas nas UPAs, a Vigilância Sanitária de Contagem encaminhou uma solicitação oficial à Copasa para disponibilização do plano de amostragem da qualidade da água. “Essas medidas reforçam o compromisso da gestão municipal com a investigação e a proteção da saúde pública”, destacou a Secretária de Saúde de Contagem em nota.

“A SES-MG reforça a importância de que a população mantenha medidas de prevenção, como a higienização adequada das mãos, o consumo de água tratada, a correta manipulação e conservação dos alimentos, e procure assistência médica em caso de sintomas persistentes de diarreia, febre ou sinais de desidratação”, finalizou a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), em nota enviada à Itatiaia.

(Sob supervisão de Edu Oliveira)

Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas
Fabiano Frade é jornalista na Itatiaia e integra a equipe de Agro. Na emissora cobre também as pautas de cidades, economia, comportamento, mobilidade urbana, dentre outros temas. Já passou por várias rádios, TV’s, além de agências de notícias e produtoras de conteúdo.
Jornalista formada pela PUC Minas, é repórter multimídia da Itatiaia com foco na editoria de Cidades. Estagiou na emissora por dois anos e atuou na Brazilian Traffic Network como repórter de trânsito em emissoras de BH. Vencedora do Prêmio CDL/BH de Jornalismo Universitário 2024 e do Intercom Sudeste 2025.