A Polícia Militar prendeu na tarde desta terça-feira (17) José Luiz Gomes da Silva, um dos médicos condenados por matar e retirar os órgãos de Paulo Veronesi Pavesi, de 10 anos, em Poços de Caldas, no Sul de Minas, no ano 2000.
Segundo fontes da Itatiaia, Gomes da Silva estava sendo monitorado pela Polícia Militar, e foi preso ao sair de casa, em Poços de Caldas.
Já Bonfitto foi preso ainda na noite de segunda (16). Conforme o boletim de ocorrência, ele foi abordado pela PM após ultrapassar o sinal vermelho em um carro de cor branca. Quando os militares fizeram a consulta dos documentos de Bonfitto, foi verificado que ele tinha um mandado de prisão em aberto e o prenderam.
Mesmo condenados, médicos estavam livres
Gomes da Silva e Bonfitto já tinham sido condenados a 25 anos e 10 meses de prisão por homicídio qualificado, com os agravantes de crime por motivo torpe e contra menor de 14 anos, mas estavam em liberdade. O terceiro médico envolvido no caso,
Em abril, Gomes da Silva e Bonfitto solicitaram à Justiça a anulação da condenação. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais negou o pedido e determinou a prisão dos dois. No entanto, a defesa de um deles recorreu argumentando que a pena ainda não poderia ser cumprida por haver recurso. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) aceitou o pedido e suspendeu a prisão de ambos.
Na segunda, o desembargador Eduardo Machado pediu para que os médicos fossem presos, levando em conta a nova decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Na última quinta-feira (12), a
Na decisão judicial dessa segunda, o magistrado afirmou que a decisão do STF supera integralmente a liberdade concedida pelo STJ. “Diante desse cenário, torna-se imperiosa a imediata expedição do mandado de prisão, a fim de assegurar o cumprimento da decisão soberana do Tribunal do Júri e evitar a perpetuação de uma situação jurídica que não mais encontra respaldo no ordenamento jurídico vigente”, diz trecho da decisão.
Relembre o caso
O caso aconteceu em Poços de Caldas, no Sul de Minas, em abril de 2000. Paulo Pavesi caiu de uma altura de dez metros na casa onde morava e foi levado ao hospital. Um exame falso apontou que o garoto teria tido morte encefálica, abrindo caminho para que ele tivesse os órgãos removidos.
Durante as 24 horas em que ficou no hospital até a declaração da morte cerebral, o menino recebeu medicamentos diversos, foi submetido a longa anestesia geral e recebeu doses excessivas de Dormonid, um forte sedativo.
A denúncia aponta ainda que o garoto não recebeu atendimento durante toda a noite do dia 20 e manhã do dia 21 de abril de 2000, quando apresentou grave hipotensão sistólica. Os médicos acusados sabiam que ele era um potencial doador de órgãos, e trataram do assunto antes de a morte ser confirmada.
O garoto ainda estaria vivo no momento em que os órgãos foram retirados, e segundo o exame de corpo de delito, os exames que comprovariam a morte causaram lesões que agravaram o estado de saúde dele.