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‘Tralalero tralala’: psicopedagoga alerta sobre vídeos que viraram febre entre crianças

Profissional explica fenômeno e alerta pais para riscos no aprendizado e comportamento de crianças

Nova tendência chamada Italian Brainrot preocupa pais e educadores

Em um mundo cada vez mais conectado, cresce o consumo de conteúdos superficiais, fenômeno chamado Brainrot, que significa apodrecimento cerebral e foi eleito palavra do ano em 2024 pelo dicionário de Oxford. Agora, uma nova tendência chamada Italian Brairot preocupa pais e educadores.

O que é o Italian Brainrot

São vídeos criados por inteligência artificial que mostram personagens com nomes pseudoitalianos em situações sem sentido, como tubarões de três pernas calçando tênis ou uma bailarina com rosto de xícara com olhos. A moda já chegou aos estudantes, que passaram a reproduzir comportamentos estranhos no dia a dia, inclusive dentro das escolas, impactando o aprendizado.

A psicopedagoga e coordenadora dos sextos e sétimos anos do colégio Santa Doroteia, Raquel Valença Costa, explica: “Esse movimento surgiu no final do ano passado e fez muito sucesso entre crianças e adolescentes. São histórias muito fantasiosas que unem elementos desconectados, o que chamou atenção na época. Perdeu um pouco de força agora no segundo semestre, mas é um conteúdo que merece atenção da família e da escola por trazer, muitas vezes, conteúdo excludente, preconceituoso e inadequado.”

O papel da escola e da família

Raquel avalia que o papel da escola hoje é coadjuvante nessas situações. “Desde que o celular foi proibido na escola, os alunos têm pouco acesso aqui dentro. Mas, quando isso chega à escola, cabe promover ações para que a educação midiática possa acontecer.”

Segundo Raquel, o consumo desse tipo de conteúdo pode afetar a concentração, a criatividade e o desenvolvimento do pensamento crítico das crianças, pois conecta pouco com a realidade e não ajuda a desenvolver habilidades de forma estruturada.

“Enquanto instituição, o colégio não controla o uso de celular fora da escola. Por isso, a família é fundamental. A parceria com a escola, trazendo os tipos de conteúdo que os filhos consomem, permite que rodas de conversa sejam feitas em sala de aula. Assim, o professor pode discutir até que ponto o conteúdo é relevante e qual impacto pode trazer para a sociedade, ajudando no desenvolvimento do pensamento crítico.”

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Apaixonado por rádio, sou um bom mineiro que gosta de uma boa conversa e de boas histórias. Além de acompanhar a movimentação do trânsito, atuo também na cobertura de vários assuntos na Itatiaia. Sou apresentador do programa ‘Chamada Geral’ na Itatiaia Ouro Preto.