Fernanda Francine Eleotério Martins, irmã de Mirelly Cristina da Silva, de 21 anos,
“Ele disse que a Mirelly queria terminar com ele, mas que ele não iria aceitar. Que ele não conseguiria ver a Mirelly com outra pessoa”, contou Martins.
Segundo Fernanda, Mirelly era uma jovem meiga e calada, que tentou terminar com Vitor por diversas oportunidades, após notar que o homem era “tóxico”.
“Ela foi para BH, conheceu esse rapaz, foi o primeiro namoradinho dela, primeiro e último. Ela tentou ‘sair fora’ dele várias vezes, mas ele não aceitava o fim do relacionamento e fez o que fez com ela. Já estavam separados desde março, já tinha terminado. Ela terminou porque ele era tóxico”, relatou ela.
Família não acredita na Justiça
Em meio ao luto, Fernanda Francine afirmou que a família não acredita na Justiça.
“A gente pede justiça, mas a gente não acredita. É um feminicídio atrás do outro, todos os dias você vê mulheres perdendo a vida na mão desses covardes. Eles fazem isso porque sabem que não vai dar em nada. Tem uma mulher agora defendendo ele, uma advogada. Então como a gente vai acreditar na Justiça? Polícia prende, a Justiça vai lá e solta”, desabafou.
Por fim, Martins mostrou revolta com o crime.
“Simplesmente ela não queria ficar com ele. Ela não teve o direito de escolha. Ele queria obrigar ela a continuar”, finalizou.
O crime
O gerente comercial Vitor Caetano Figueiredo, de 22 anos, confessou ter assassinado sua ex-namorada, Mirelly Cristina da Silva, de 21 anos, a facadas, na manhã desta quinta-feira (11), em Itaúna, no Centro-Oeste de Minas Gerais. Câmeras de segurança registraram o ataque. Após matar a vítima, o homem levou o celular dela.
Vitor Caetano Figueiredo emboscou Mirelly Cristina da Silva em frente a casa dela, em Itaúna
O assassino confesso afirmou que, após o término, não vinha gostando de “algumas situações entre ele e a vítima” e que recentemente havia descoberto que ela teria iniciado um novo relacionamento. A descoberta teria sido, segundo ele, o estopim para o cometimento do crime.
Na segunda-feira (8), Vitor comprou a faca de churrasco utilizada na ação e na noite dessa quarta-feira (10), embarcou em um ônibus na rodoviária de Belo Horizonte rumo a Itaúna. Chegando na cidade, pegou um carro por aplicativo e foi até a casa da vítima, onde esperou ela sair por cerca de duas horas, até o momento em que cometeu o feminicídio, por volta das 8h.
Autor conhecia rotina da vítima
A polícia informou que, apesar do fim do relacionamento ter acontecido em março, Vitor e Mirelly mantiveram relações por algum tempo depois disso e costumavam se visitar, ele morava em BH e ela em Itaúna, e, por isso, ele conhecia a rotina da vítima e sabia o horário exato que ela saía de casa.
Vitor Caetano Figueiredo antes de ser preso na Rodoviária de Belo Horizonte
Quando viu a jovem sair de casa, Vitor avançou sobre ela e desferiu inúmeras facadas com enorme violência. Ela caiu próximo ao portão e seguiu sendo esfaqueada. O ataque durou cerca de 20 segundos.
O homem alegou não se recordar da quantidade de golpes desferidos. Apesar da ação premeditada, ele afirmou ter cometido o crime “em um momento de raiva”.
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Após cometer o feminicídio, Vitor pegou um ônibus e voltou para Belo Horizonte, sendo preso ao desembarcar na rodoviária da capital. Uma ação integrada entre a inteligência das polícias Civil e Militar possibilitaram a prisão. Ele foi hostilizado por populares ao chegar na delegacia.
Segundo o autor, seus planos eram ir até uma agência bancária, sacar todo o dinheiro que tinha guardado, entregá-lo para sua mãe e se apresentar à polícia. Porém, os investigadores acham “pouco provável” que ele realmente fosse fazer isso.
Vitor Caetano Figueiredo era gerente comercial de uma empresa de fast food e não tinha passagens pela polícia. Ele e Mirelly se relacionaram por três anos e chegaram a morar juntos durante um período, em BH. Atualmente, a mulher trabalhava em uma drogaria na cidade de Itaúna.