Feminicídio em Itaúna: autor confessa crime e dá detalhes sobre ação premeditada

Ataque brutal foi registrado por câmeras; suspeito saiu de BH para matar a vítima e a aguardou por duas horas no local

Vitor Caetano Figueiredo, de 22 anos, emboscou Mirelly Cristina da Silva, de 21 anos, na porta da casa dela, em Itaúna

O gerente comercial Vitor Caetano Figueiredo, de 22 anos, confessou ter assassinado sua ex-namorada, Mirelly Cristina da Silva, de 21 anos, a facadas, na manhã desta quinta-feira (11), em Itaúna, no Centro-Oeste de Minas Gerais. Câmeras de segurança registraram o ataque. Após matar a vítima, o homem levou o celular dela.

Em depoimento, o autor confessou o crime e detalhou “com riqueza de detalhes” como premeditou e executou ação. À polícia, Vitor revelou que já vinha pensando em matar Mirelly “há um tempo”.

O assassino confesso afirmou que, após o término, não vinha gostando de “algumas situações entre ele e a vítima” e que recentemente havia descoberto que ela teria iniciado um novo relacionamento. A descoberta teria sido, segundo ele, o estopim para o cometimento do crime.

Na segunda-feira (8), Vitor comprou a faca de churrasco utilizada na ação e na noite dessa quarta-feira (10), embarcou em um ônibus na rodoviária de Belo Horizonte rumo a Itaúna. Chegando na cidade, pegou um carro por aplicativo e foi até a casa da vítima, onde esperou ela sair por cerca de duas horas, até o momento em que cometeu o feminicídio, por volta das 8h.

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Autor conhecia rotina da vítima

A polícia informou que, apesar do fim do relacionamento ter acontecido em março, Vitor e Mirelly mantiveram relações por algum tempo depois disso e costumavam se visitar, ele morava em BH e ela em Itaúna, e, por isso, ele conhecia a rotina da vítima e sabia o horário exato que ela saía de casa.

Quando viu a jovem sair de casa, Vitor avançou sobre ela e desferiu inúmeras facadas com enorme violência. Ela caiu próximo ao portão e seguiu sendo esfaqueada. O ataque durou cerca de 20 segundos.

O homem alegou não se recordar da quantidade de golpes desferidos. Apesar da ação premeditada, ele afirmou ter cometido o crime “em um momento de raiva”.

Vitor Caetano Figueiredo antes de ser preso na Rodoviária de Belo Horizonte

Após cometer o feminicídio, Vitor pegou um ônibus e voltou para Belo Horizonte, sendo preso ao desembarcar na rodoviária da capital. Uma ação integrada entre a inteligência das polícias Civil e Militar possibilitaram a prisão. Ele foi hostilizado por populares ao chegar na delegacia.

Segundo o autor, seus planos eram ir até uma agência bancária, sacar todo o dinheiro que tinha guardado, entregá-lo para sua mãe e se apresentar à polícia. Porém, os investigadores acham “pouco provável” que ele realmente fosse fazer isso.

Vitor Caetano Figueiredo era gerente comercial de uma empresa de fast food e não tinha passagens pela polícia. Ele e Mirelly se relacionaram por três anos e chegaram a morar juntos durante um período, em BH. Atualmente, a mulher trabalhava em uma drogaria na cidade de Itaúna.

Amanda Antunes cursou jornalismo no Unileste (Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais), com graduação concluída na Faculdade Estácio, em Belo Horizonte. Em 2009, começou a estagiar na Rádio Itatiaia do Vale do Aço, fazendo a cobertura de cidades. Em 2012, chegou à Itatiaia Belo Horizonte. Na rádio de Minas, faz parte do time de cobertura policial - sua grande paixão - e integra a equipe do programa ‘Observatório Feminino’.
Maic Costa é jornalista, formado pela UFOP em 2019 e um filho do interior de Minas Gerais. Atuou em diversos veículos, especialmente nas editorias de cidades e esportes, mas com trabalhos também em política, alimentação, cultura e entretenimento. Agraciado com o Prêmio Amagis de Jornalismo, em 2022. Atualmente é repórter de cidades na Itatiaia.

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