Um casal foi preso por desviar cerca de R$ 3 milhões de campanha para filho com Atrofia Muscular Espinhal (AME) em Santa Catarina. Os mandados de prisão foram cumpridos nesta quarta-feira (22), pela Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da DPCAMI de Joinville.
Foragidos da Justiça, Renato e Aline Openkoski respondem pela prática dos crimes de estelionato e apropriação. As penas somadas chegam a 70 anos de prisão em regime fechado.
Renato e Aline eram pais do menino Jonatas, que foi diagnosticado em 2017 com AME. No mesmo ano o casal criou a campanha denominada ‘AME Jonatas’, que buscava arrecadar dinheiro para ajudar o tratamento do filho com a doença rara.
O caso ganhou grande repercussão nas redes sociais e comoveu milhares de pessoas. Aos cinco anos, o pequeno Jonatas morreu, em janeiro de 2022.
Investigação
Em Janeiro de 2018, a Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) de Joinville começou a investigar a campanha ‘AME Jonatas’, por suspeita de apropriação indébita. A apuração foi a pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que recebeu informações de que os pais da criança estariam usando o dinheiro arrecadado para bancar luxos. À época, a família negou qualquer irregularidade.
Em março do mesmo ano, a Justiça bloqueou, de forma liminar, os valores levantados com a campanha, cerca de R$ 3 milhões, e um veículo de R$ 140 mil que estava em nome dos pais da criança. A família morava em Joinville, no Norte catarinense. A DPCAMI começou a ouvir os primeiros depoimentos, mais de 20 pessoas foram ouvidas.
Na época, a Polícia Civil de Joinville, por meio da DPCAMI de Joinville, cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa do casal Renato e Aline Openkoski, pais do bebê Jonatas, na oportunidade, diversos produtos e roupas de marcas famosas foram apreendidos, bem como um veículo de luxo.
Prisão
‘O casal tinha fugido de Balneário Camboriú, onde residia e, após trabalho de investigação, foi localizado em Joinville nesta quarta-feira (22). Ambos foram encaminhados ao sistema prisional catarinense’, informou a PCSC.
Segundo a polícia, o inquérito resulta no indiciamento do casal por estelionato e apropriação indébita e submeteu o relatório final do inquérito ao Poder Judiciário e Ministério Público.
Defesa do casal
O advogado do casal, Emanuel Stopassola, informou que enviou um pedido de ‘relaxamento da prisão’ para a liberdade provisória do casal nesta quinta-feira (23).
‘O fundamento, em tese, é o fato da mãe ter outros filhos, além do Jonatas. E também porque os dois tem bons antecedentes, endereço e trabalhos fixos’, disse o advogado que aguarda a resposta do Fórum da Comarca de Joinville.
*Sob supervisão de Enzo Menezes
