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Carlo Acutis, o ‘santo millennial’, era fã de Pelé e devoto de Aparecida

Canonizado pelo Vaticano no domingo (7), jovem italiano usou a internet para evangelizar

Carlo Acutis foi beatificado em 2020

Carlo Acutis, conhecido agora como o primeiro santo da geração Millennial, f oi canonizado nesse domingo (7) em cerimônia no Vaticano. Foi também a primeira canonização conduzida pelo pontífice, eleito em maio deste ano.

São Carlo Acutis: Uma Biografia

Carlo morreu em 2006, aos 15 anos, vítima de leucemia. Desde cedo, mostrou grande interesse pela fé e também por tecnologia. Criava sites para divulgar milagres e afirmava que a rede podia ser usada para o bem.

No livro São Carlo Acutis: Uma Biografia, o argentino Jesús María Silveyra fala sobre o adolescente gamer que, após a primeira comunhão aos sete anos, passou a frequentar a missa diariamente. A obra faz parte da variedade de lançamentos editoriais sobre o jovem, canonizado após o Vaticano reconhecer dois milagres atribuídos a ele.

A paixão por videogames fez com que os pais lhe dessem um Playstation aos oito anos. Ele era fã de Pokémon, mas repreendia os amigos que passavam tempo demais jogando e alegavam não ter tempo para Deus.

Carlo ganhou o primeiro computador pouco depois. Ficou conhecido por ajudar colegas e vizinhos a resolver problemas técnicos. Sobre a internet, dizia: “Como todo dom, pode ser usado para o bem ou para o mal. Você decide se vai transformá-la em um lixão ou em um altar.”

Era, ao mesmo tempo, um garoto comum. Gostava de animais, tinha quatro cachorros e dois gatos, jogava futebol, comia chocolate, empinava pipa, filmava com câmera, sabia esquiar, torcia para o Inter de Milão e era apaixonado por informática.

De acordo com a Folha de S. Paulo, o autor admite que escrever o livro foi também uma jornada pessoal. Sua esposa trata um tumor no pâncreas, o mesmo órgão que teria sido curado no primeiro milagre de Acutis, em Mato Grosso do Sul. “Matheus sofria de uma doença terminal e, ao tocar nas relíquias de Carlo, foi curado”, disse Silveyra. Ele afirmou torcer para que algo semelhante aconteça em sua família.

Para Silveyra, não foi por acaso que o primeiro milagre reconhecido tenha ocorrido no Brasil. Ele acredita que Carlo e sua mãe tinham uma relação espiritual especial com o país.

Canonizado em 7 de setembro, dia da Independência do Brasil, Carlo também morreu em uma data simbólica para os brasileiros: 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira nacional. “Carlo era muito devoto da Virgem, a tal ponto que dizia: ‘Maria é a única mulher da minha vida’.”

Sua mãe, Antonia Salzano, já revelou em entrevistas que mantém uma imagem da santa em casa. Ela também contou que o filho adorava futebol e tinha Pelé como ídolo, mesmo sem ser um grande artilheiro, diz a Folha de S. Paulo.

Duas semanas antes da morte, Carlo recebeu o diagnóstico de leucemia promielocítica, uma das formas mais agressivas de câncer.

(Sob supervisão de Aline Campolina)

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Izabella Gomes é estagiária na Itatiaia, atuando no setor de Jornalismo Digital, com foco na editoria de Cidades. Atualmente, é graduanda em Jornalismo pela PUC Minas