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Os milagres de Carlo Acutis: os dois fatos reconhecidos pelo Vaticano que levaram à canonização

Jovem conhecido como ‘santo millennial’ foi declarado santo após dois casos inexplicáveis de cura, um no Brasil e outro na Costa Rica, serem atribuídos à sua intercessão

Carlo Acutis foi canonizado neste domingo (7) no Vaticano

Carlo Acutis, chamado de ‘santo millennial’, foi canonizado neste domingo (7) pelo papa Leão XIV, após o papa Francisco (1936-2025) aprovar, em 2024, o reconhecimento de dois milagres atribuídos ao jovem, informou a Santa Sé, no Vaticano.

Carlo Acutis é canonizado no Vaticano e se torna o 1º santo da geração millennial

O adolescente, que morreu em outubro de 2006, aos 15 anos, vítima de leucemia, tornou-se a pessoa dos tempos modernos mais jovem a alcançar a santidade na Igreja Católica. A missa de canonização reuniu centenas de fiéis na Praça de São Pedro.

Carlo Acutis foi beatificado em 2020

O primeiro milagre ocorreu em 2013, em Campo Grande-MS, quando um menino de sete anos, com uma grave doença no pâncreas, sem cura médica, recuperou a saúde após entrar em contato com um pedaço da camiseta de Acutis. A cura foi considerada milagrosa e abriu caminho para a beatificação.

O segundo milagre aconteceu em maio deste ano e envolveu a estudante costarriquenha Valeria Valverde, de 21 anos. Segundo o Vaticano, a mãe da jovem peregrinou até a tumba de Acutis, em Assis, na Itália, para pedir por sua recuperação após um grave trauma cerebral causado por um acidente de bicicleta. Depois da visita, os médicos confirmaram a recuperação total, classificada como “inexplicável” pela Ciência.

Por causa desses dois milagres, o papa Leão XIV canonizou Carlo Acutis. O corpo dele está em uma tumba aberta no Santuário da Espoliação, em Assis, na Itália.

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A vida de Carlo Acutis

Nascido no Reino Unido e criado na Itália, Carlo Acutis ficou conhecido por documentar milagres e promover a evangelização na internet. Mesmo vindo de uma família não praticante, ele desenvolveu desde cedo um intenso trabalho de fé com aplicativos e vídeos religiosos, sendo reconhecido em 2020 como o primeiro beato ‘nativo digital’.

Segundo o site Vatican News, a história de Acutis é conhecida por muitos: “Muito jovem, um talento da primeira época da Internet junto com um grande coração para qualquer pessoa, já desde criança e especialmente com seus colegas, a quem ajuda em tudo o que pode”.

A descrição oficial da Santa Sé diz que “Acutis foi um adolescente precoce de inteligência e alma, como corresponde a alguém que nasceu original, mas não morrerá sendo uma fotocópia”.

“Em 2006, com 15 anos, Carlos Acutis já havia aberto o caminho do que significa ter fé, amar a Igreja e os pobres, e traficar sua criatividade na rede para deixar uma mensagem, com sua exposição sobre os milagres eucarísticos, que não se consome perdendo-se como tantos algoritmos”, destacou o Vaticano.

Para que uma pessoa seja canonizada, é preciso que já tenham se passado ao menos cinco anos desde sua morte, que tenha levado uma “vida cristã exemplar” e que a Igreja reconheça pelo menos dois milagres atribuídos à sua intercessão, sendo necessário que um deles aconteça após a beatificação.

Jornalista graduado com ênfase em multimídia pelo Centro Universitário Una. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Antes, foi responsável pelo site da Revista Encontro, e redator nas agências de comunicação FBK e Viver.