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Pirataria de sementes é um dos temas debatidos em congresso brasileiro

Evento discute legislação de cultivares, novas culturas e futuro do mercado de sementes no Brasil

Pesquisadores debateram problemas atuais e perspectivas futuras para o mercado de sementes no Brasil

O 13º Congresso Brasileiro de Melhoramento de Plantas começou na terça-feira (2) e termina nesta sexta-feira (5) em Luís Correia, no Piauí. Entre os temas em pauta estão a revisão da legislação que protege as cultivares, o desenvolvimento de culturas alternativas à soja e ao milho, a criação de variedades mais produtivas e resistentes a doenças, além de formas de combater a pirataria de sementes.

Pesquisadores e representantes do setor privado se reuniram em uma mesa de debate sobre os problemas atuais e perspectivas futuras para o mercado de sementes no Brasil. Mediada pelo representante da Associação dos Produtores de Soja do Estado do Piauí (Aprosoja - PI), Rafael Maschio, a discussão contou com a participação do diretor da Sementes Progresso, Gregory Sanders; o representante da Corteva, Renato Pereira; o representante da Latitude Sementes, Taiuan Bruno; e o pesquisador da Embrapa Meio-Norte, Paulo Fernando Vieira.

Os participantes destacaram desafios como desenvolver plantas com vigor e potencial produtivo no Matopiba, - região brasileira de expansão agrícola que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia - adaptadas às condições climáticas e resistentes a doenças, além de lidar com problemas estruturais como transporte.

Outro ponto levantado foi a necessidade de diversificar culturas com grãos alternativos, como sorgo, milheto, feijões e gergelim. Canola e mostarda também foram apontadas como opções promissoras para produção de biodiesel.

“O mercado de sementes no Brasil deve se diversificar, financiar novas ideias e novas culturas. O que a gente começa a trabalhar hoje vai ter resultados daqui a 20 anos. Podemos trazer essa visão de futuro para o mercado”, afirmou Renato Pereira. O pesquisador Paulo Fernando Vieira ressaltou o trabalho que vem sendo feito pela Embrapa com a cultura do milheto.

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As discussões também abordaram a necessidade de rever a legislação de proteção de cultivares, criada em 1997. Para os participantes, a norma está desatualizada em relação à realidade atual dos produtores. O setor ainda não chegou a um consenso sobre as mudanças, mas a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem) conduz as tratativas para elaborar um texto único a ser levado ao Legislativo.

*Giulia Di Napoli colabora com reportagens para o portal da Itatiaia. Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.