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Depois do Queijo Cabacinha, Requeijão Moreno está próximo de conquistar regulamentação

Produzido há mais de 100 anos, ele foi reconhecido como queijo artesanal de Minas em maio de 2024

Ele é elaborado a partir de massa de queijo fermentada cozida com creme

Depois do Queijo Cabacinha, o Requeijão Moreno Artesanal do Vale do Mucuri deve ser o próximo a ser regulamentado.

Na última quinta-feira (12) o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), publicou a consulta pública que estabelece o 1º Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Requeijão Moreno. O formulário pode ser acessado neste link, durante o prazo de 30 dias.

Após esse período, o regulamento passará por ajustes finais, antes da publicação no Diário Oficial de Minas Gerais, previsto ainda para este esse ano.

Produzido há mais de 100 anos e reconhecido como queijo artesanal de Minas em maio de 2024, o requeijão moreno é elaborado a partir de massa de queijo fermentada cozida com creme, o que confere sua coloração escura e seu sabor marcante.

Os resultados do projeto de pesquisa “Estado da arte de queijos artesanais emergentes produzidos em Minas Gerais” serviram para embasar a elaboração do 1° regulamento pelo IMA. Nele, estão descritos o modo de fazer, composição, textura e sabor, além dos critérios sanitários e de controle de rebanho pelas propriedades fornecedoras de leite.

“Com a regulamentação prevendo as boas práticas agropecuárias, os produtores poderão formalizar a produção e, assim, vender para o mercado. É um importante trabalho de caracterização técnica do queijo artesanal”, afirma o diretor técnico do IMA, André Almeida Duch.

O subsecretário de Política e Economia Agropecuária Gilson de Assis Sales destacou a importância histórica, econômica e cultural com o reconhecimento do requeijão para a gastronomia da região.

“Os produtores poderão comercializar para um mercado formal e com maior remuneração, além de permitir que este queijo tão tradicional do norte do estado, do semiárido mineiro, de regiões de uma produção muito tradicional, possam ser comercializados em outros locais de Minas Gerais e, principalmente, do Brasil. Isso vai trazer, no final das contas, desenvolvimento econômico, a valorização da cultura, da tradição e esse resgate histórico”, diz.

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Pesquisa

A pesquisa sobre o modo de fazer e a composição do Requeijão Moreno é coordenada pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). As análises físico-químicas, microbiológicas e sensoriais são realizadas na Unimontes, em Janaúba, e no Centro de Pesquisa e Treinamento em Queijos Artesanais (CPTQA) da Epamig, em São João del Rei.

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde