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Minas regulamenta Queijo Cabacinha, patrimônio cultural e imaterial do estado

Produzida há cerca de 80 anos, a iguaria tradicional é da região do Vale do Jequitinhonha

Vale do Jequitinhonha é oficialmente reconhecida como produtora de queijo artesanal, graças ao Cabacinha

O governador Romeu Zema anunciou, nesta quinta-feira (15), no município de Pedra Azul, no Vale do Jequitinhonha, o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Queijo Cabacinha. Produzida há cerca de 80 anos, a iguaria tradicional da região e patrimônio cultural e imaterial do estado, passa a ter regulamento próprio.

A medida do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), vai beneficiar 160 produtores, que agora poderão vender formalmente esse típico queijo artesanal mineiro.

“A regulamentação significa valorização desse produto que faz parte da cultura de toda a região. O que nós pretendemos é valorizar aquilo que é a tradição de Minas, que é a produção de queijo, e o Cabacinha, até pelo formato, pelo sabor, é um dos mais diferenciados entre os produzidos aqui. O Queijo Cabacinha é o 15º que tem essa caracterização em Minas Gerais”, disse o governador Romeu Zema.

O queijo, de herança cultural italiana do caciocavallo, é produzido artesanalmente a partir de leite cru, coalho e soro-fermento lácteo.

O formato do quejio Cabacinha é o principal passo na produção. A iguaria produzida artesanalmente recebeu esse nome devido a sua forma, semelhante a uma cabaça, aquela peça originária do fruto de uma árvore milenar e que é muito utilizada em artesanatos e como utensílio doméstico no Vale do Jequitinhonha.

Cada produtor tem jeito próprio de fazer o Cabacinha, o formato do queijo é como se fosse uma assinatura, a identidade de cada iguaria.

Benefícios da regulamentação

A Portaria n° 2.377 do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), que detalha a regulamentação, foi embasada pela pesquisa coordenada pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) e o Instituto Federal do Norte de Minas (IFNMG), com recursos de emenda parlamentar.

“Sem um regulamento próprio, era impossível aos produtores habilitar suas queijarias em qualquer sistema oficial de inspeção. Estamos dando mais um passo na valorização dos queijos artesanais de Minas e estimulando a geração de empregos e renda”, explica o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas, Thales Fernandes.

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A Seapa também lançou hoje o Curso de Capacitação Digital em Boas Práticas de Produção e Fabricação, que estará disponível na plataforma Semear EAD da secretaria.

Região produtora

A região caracterizada como produtora do Queijo Cabacinha abrange os municípios de Cachoeira do Pajeú, Comercinho, Divisópolis, Itaobim, Jequitinhonha, Joaíma, Medina, Pedra Azul e Ponto dos Volantes. A produção anual está em torno de 214 toneladas, com presença significativa da agricultura familiar, que responde por mais de 90% das queijarias.

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde