Cerca de 300 famílias do Vale do Jequitinhonha vivem da produção do
O casal José Valério de Souza Filho e Paloma Souza são os pioneiros da produção da iguaria mineira apelida por eles de ‘Bonança’, mesmo nome da fazenda onde a ‘magia’ acontece, em Pedra Azul, no Vale do Jequitinhonha.
Produção do queijo Cabacinha
Na Fazenda Bonança, assim que o leite é coletado, já vai para a queijaria. No tanque, ele é aquecido e recebe o coalho e um pouco do soro coletado da produção anterior, para começar a se formar a massa.
O formato do
Cada produtor tem jeito próprio de fazer o Cabacinha, o formato do queijo é como se fosse uma assinatura, a identidade de cada iguaria.
“A gente sempre escuta: o queijo de fulano é assim, o de sicrano é desse jeito. Mas é porque cada um tem sua forma, tanto que não tem molde, o molde vem das mãos”, observa Paloma Souza à Emater-MG.
O diferencial dos produtores do Vale, é que eles fazem o queijo condimentado com alho e recheado com goiabada, sendo consumido fresco, mas pode ser maturado, adquirindo assim sabor mais marcante.
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Reconhecimento
O Governo de Minas deu mais um passo no processo de reconhecimento e valorização dessa cultura, concluindo o estudo de caracterização da iguaria. Trabalho que envolveu técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) e pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), empresas públicas vinculadas à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.
O estudo servirá de base para a regulamentação junto ao Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), que deve nos próximos meses lançar o regulamento técnico de identidade e qualidade do Cabacinha, o passo que falta para expandir a produção da iguaria e comercializar para todo o Brasil e também no exterior.
Para acompanhar e fortalecer todo esse movimento no Vale, foi criada, com apoio da Emater-MG, a Associação dos Produtores de Queijo Artesanal Cabacinha do Jequitinhonha (Aprocaje), da qual José Valério é o presidente. Atualmente a associação agrega pouco mais de 30 produtores, mas o objetivo é reunir muitos outros, de todos os portes, para terem a oportunidade de crescer e assim desenvolver todo o Vale.