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Carne mineira não sofre com tarifa de Trump, mas briga é desnecessária, afirma Faemg

Declaração do presidente da Faemg foi dada no Conacarne, evento realizado nesta quinta (18) e sexta (19) no Expominas, em Belo Horizonte

Antônio de Salvo, presidente da Faemg

Pouco mais de 40 dias após o “tarifaço” do ex-presidente norte-americano Donald Trump sobre diversos produtos brasileiros, o setor de carnes tem encontrado espaço em outros países, em detrimento dos Estados Unidos. Em Minas Gerais, o impacto tem sido mínimo até agora, segundo o presidente do Sistema FAEMG Senar, Antônio de Salvo.

“No momento, não tivemos efeito direto. Eu compreendo por duas coisas. Estamos na entressafra, não começamos ainda a entregar os bois confinados. Vamos começar agora, no final de setembro, começo de outubro. Os confinamentos duram muito bem no período de não chuvas. Quando começa a chover, começa a soltar o boi, porque senão ele começa a ficar lá atolado no coxo”, explicou durante coletiva de imprensa do Congresso Nacional da Carne (Conacarne).

Mesmo sem impacto imediato e com novas oportunidades no mercado externo, De Salvo acredita que o Brasil não deveria entrar em conflito com os Estados Unidos. “Vários mercados asiáticos estão sendo abertos, vários mercados em volta do mundo estão sendo abertos. Mas temos uma relação de 200 anos com os americanos. Eu aprendi que na minha fazenda o cliente tem sempre razão. Então eu não gostaria de brigar com os Estados Unidos”, afirmou.

Autoridades e entidades no Conacarne

Durante participação no evento, a senadora Tereza Cristina, ex-ministra da Agricultura, criticou a postura do Governo Federal diante da crise com os americanos.

“Falta tato do governo brasileiro, porque quem está no Executivo precisa ter esse canal de conversa. O governo brasileiro nunca deu atenção desde que o presidente Trump chegou ao poder. Essa falta de diálogo, essa falta de interesse nesta conversa com a maior potência mundial”, disse a senadora.

Conacarne

Belo Horizonte se tornou, nesta quinta-feira (18), o palco das discussões sobre o futuro da carne bovina brasileira com a abertura do Conacarne. O evento realizado até sexta (19) no Expominas é o maior do setor e discute o crescimento e as novas tendência da pecuária no país.

Na abertura oficial do congresso, Antônio de Salvo, ressaltou a a necessidade de inovação do setor. “O Conacarne simboliza a força da nossa pecuária, uma atividade essencial para o país e que exige união entre lideranças e instituições. Precisamos impulsionar esse setor estratégico da economia. Estamos crescendo, mas é hora de romper com práticas do passado. A pecuária de precisão não é mais uma tendência, é uma necessidade. Temos que levar mais tecnologia para dentro das fazendas, investir em gestão e avançar em sanidade. Já fizemos muito, mas ainda temos um longo caminho pela frente”, pontuou.

Durante os dois dias, especialistas do setor, pecuaristas, técnicos e formadores de opinião vão discutir o futuro da carne bovina brasileira e as estratégias que estão mudando o mercado no Brasil e no mundo.

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Fabiano Frade é jornalista na Itatiaia e integra a equipe de Agro. Na emissora cobre também as pautas de cidades, economia, comportamento, mobilidade urbana, dentre outros temas. Já passou por várias rádios, TV’s, além de agências de notícias e produtoras de conteúdo.
Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde