Belo Horizonte se tornou, nesta quinta-feira (18), o palco das discussões sobre o futuro da
Na abertura oficial do Conacarne, o presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio de Salvo, ressaltou a a necessidade de inovação do setor. “O Conacarne simboliza a força da nossa pecuária, uma atividade essencial para o país e que exige união entre lideranças e instituições. Precisamos impulsionar esse setor estratégico da economia. Estamos crescendo, mas é hora de romper com práticas do passado. A pecuária de precisão não é mais uma tendência, é uma necessidade. Temos que levar mais tecnologia para dentro das fazendas, investir em gestão e avançar em sanidade. Já fizemos muito, mas ainda temos um longo caminho pela frente”, pontuou.
Autoridades e entidades no Conacarne
“Somos os mais competitivos do mundo, oferecemos o melhor bem-estar animal e temos potencial para chegar ainda mais longe. O tamanho que vamos alcançar e o patamar em que vamos chegar dependerá exclusivamente de nós”, concluiu o presidente da Faemg.
Ainda segundo o presidente, o tarifaço dos Estados Unidos não interferiu, até o momento, na produção mineira. “No momento não está interferindo em nada, tanto para o café tanto para a carne, mas certamente isso vai ter algum problema mais na frente”, afirmou.
O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, também reforçou a importância de alinhar a produção brasileira aos padrões globais de qualidade.
“A nossa proposta é fazer uma revolução na pecuária para que a gente possa produzir o máximo possível de carne de qualidade. Nós precisamos chegar lá fora e receber pelas nossas carnes o mesmo que os Estados Unidos e Austrália recebem. Para isso temos que aprimorar nosso rebanho, a qualidade do Zebu, por exemplo”
Também participaram da abertura do evento o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), a senadora Tereza Cristina, vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, e o presidente da ABCZ, Gabriel Garcia Cid.
Pecuária de precisão: tecnologia
Durante coletiva de imprensa, após a abertura, o presidente Antônio de Salvo afirmou que a tecnologia já está inserida na pecuária brasileira.
“A partir do momento que a tecnologia entrou e essa tecnologia, com todo respeito à NASA, não precisa ser uma tecnologia da NASA. Nós já temos isso pronto, é só colocar em prática. Nós temos que ter gramíneas, e temos diversas, para todas as regiões do Brasil. Nós temos hoje a palma forrageira que dá à aquela região um potencial de crescimento gigante”, destacou.
Antônio de Salvo em coletiva de imprensa do Conacarne
A pecuária de precisão, também conhecida como zootecnia de precisão, é um conjunto de ferramentas para tornar a produção agropecuária mais eficiente. Essas ferramentas possibilitam identificar e medir os indicadores produtivos, comportamentais e fisiológicos para melhorar a produtividade e o bem-estar dos animais.
Embora seja cada vez mais utilizada em propriedades de diversos portes, muitos pecuaristas ainda não conhecem todos os benefícios que as ferramentas da pecuária de precisão podem trazer à gestão, produtividade e rentabilidade da propriedade.
Setor debate pecuária de corte
Além das associações organizadoras, o evento conta com a presença de especialistas de várias partes do Brasil e do exterior.
O presidente do Sindicato Rural de Januária, no Norte de Minas, Astério Itabayana Neto, contou sobre a pecuária de corte, a protagonista da região.
Astério Itabayana Neto, presidente do Sindicato Rural de Januária
“Nós temos longas propriedades que produzem bois de qualidade e que vem para cá [Conarcne] para obter o melhor da informação das tendências deste setor da pecuária de corte, que precisa passar pela mesma reformulação que a agricultura já passou, que é aplicação da tecnologia para melhorar a nossa produção, melhorar a qualidade da carne que nós produzimos para atender os mercados externos que vão surgindo, mas também para tornar atividade cada vez mais rentável para o nosso produtor”, ressaltou.
Neto pontuou também sobre as discussões do melhoramento genético das raças. “Nós estamos começando a falar do melhoramento genético do do Nelore, raças zebuínas com o marmoreio. Lógico que a gente não atinge o marmoreio das raças britânicas, mas nós temos um marmoreio agora nas raças zebuínas que está trazendo esse sabor cada vez melhor para o nosso gado”, afirmou.