A Itatiaia apresenta, nesta semana, uma reportagem especial sobre a água e todos os processos que envolvem seu uso nas cidades, no campo e na vida de cada um de nós.
Em cinco episódios, às 5h50, dentro do Café com Notícia, no 95,7 FM em BH, 610 AM e em toda a Rede Itasat, além de todas as plataformas digitais, a rádio de Minas traz um raio-x da água como alimento. No primeiro episódio, o tema é a presença da água na formação dos alimentos.
A água é, antes de tudo, um alimento. Essencial à vida, ocupa papel central não apenas na hidratação e na saúde da população, mas também no desenvolvimento econômico, na segurança alimentar e na preservação ambiental. Além de vital para o metabolismo humano, para o preparo dos alimentos e para o funcionamento do corpo, é insumo fundamental da produção agrícola, respondendo por cerca de 70% do uso global de recursos hídricos.
Do campo à mesa, ela está em cada etapa — até no queijo. O médico-veterinário e especialista em queijos Elmer Almeida lembra: “Para cada litro de leite, são necessários cinco litros de água na propriedade. Isso mostra a importância dessa água, que precisa ter potabilidade própria. Tem que ser água potável, de boa origem, senão você não consegue fazer queijo bom”, afirma.
Ricardo Augusto Boscaro, consultor de agronegócio do Sebrae-MG, reforça que as boas práticas de fabricação exigem água limpa e potável: “Na produção do queijo, isso é muito crítico. Uma água que não esteja sadia pode contaminar o produto.”
Para Cristiane Brandão, produtora na região do Cerro, trabalhar com queijo é trabalhar com água: “Principalmente no processo de maturação, a umidade alta cria um ambiente favorável para que ele se expresse. A gente precisa da água na ordenha, para as boas práticas agropecuárias, e dentro da queijaria, para as boas práticas de fabricação.”
O premiado produtor Ivair Oliveira, de São Roque de Minas, é direto: “É a coisa mais importante. O produtor se preocupa muito com a água, principalmente nós, produtores de queijo.”
Ranier Chaves, diretor de Agroindústria e Cooperativismo da Secretaria de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais, explica que o crescimento da produção de queijo acompanha a qualidade da água: “Sem dúvida, a água é monitorada por todos os serviços de inspeção. Qualquer alimento que se produz exige avaliação semestral da qualidade da água, porque ela é um insumo importante. Se não for de boa qualidade e tratada, pode trazer contaminantes e comprometer o alimento final. Temos a Copasa entregando um excelente serviço, com água tratada, clorada e livre de contaminantes microbiológicos. Já o produtor que não recebe água da rede deve captar nascentes, cercá-las e avaliá-las semestralmente do ponto de vista microbiológico e físico-químico.”
Nesta terça (12), o segundo episódio da série abordará o novo marco legal do saneamento básico. Sancionado em 2020, ele estabeleceu metas ambiciosas: garantir que 99% da população brasileira tenha acesso à água potável até 2033.
