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Aumento da exportação de carne bovina não impacta preço no Brasil, afirma secretário

Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina, atendendo mais de 150 países e busca ampliar o setor com a possível abertura de mercado no Japão

O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina, atendendo mais de 150 países e busca ampliar o setor. Agora, a meta é abrir mercado no Japão, o terceiro maior país importador de carne bovina do mundo. O presidente Lula (PT), o ministro Fávaro e sua comitiva estão no país asiático para viabilizar o acordo.

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), a entrada no mercado japonês permitiria ao Brasil competir com os principais fornecedores do país asiático e fortalecer ainda mais sua posição como referência global em qualidade e sustentabilidade. ‘Além disso, as exportações brasileiras de carne seriam complementares à produção local no Japão, garantindo maior oferta ao consumidor japonês sem impactar a cadeia produtiva do país’, informou a associação em nota.

Ampliar a exportação impacta o mercado interno?

Com o aumento das exportações e a valorização do produto brasileiro surge a dúvida se o avanço vai impactar o mercado interno, ou seja, no preço da carne bovina aos brasileiros.

‘Abrir o mercado, ampliando as exportações, não afeta o mercado interno. O Brasil tem um número expressivo de bovinos para prosseguir na produção efetiva e em larga escala’, afirma o secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), João Ricardo Albanez.

Atualmente, Minas é o 4° estado que mais exporta carne bovina. Segundo dados da Seapa, em janeiro e fevereiro deste ano, as exportações de carne bovina em Minas renderam US$ 171 milhões, com 35,8 mil toneladas de produtos comercializados, um aumento de 14% no valor arrecadado e 12% no volume de produtos enviados, de 2024 para 2025.

Apesar de ampliar mercados, o Brasil diminuiu o volume exportado e aumentou o preço, ou seja, o produto está valorizado.

‘Em Minas, houve aumento de volume de apenas 2,3% em janeiro e fevereiro, comparado ao ano passado. Mas houve aumento de 14% no preço, que está valorizado’, afirma Albanez que acrescentou que é o mesmo acontece com o café.

Além disso, o subsecretário destacou o certificado de país livre de febre aftosa sem vacinação para o Brasil, previsto para maio.

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'É uma conquista, fruto de várias décadas de trabalho. O Brasil também busca exportar cortes nobre, e com o atestado teremos essa diferenciação no mercado’, afirma o secretário-adjunto.

Sobre o preço atual da carne bovina, Albanez disse que no momento não há risco de aumento.

‘Estamos saindo do período das águas, ainda está dentro do normal e esperado. Temos mais dois meses até a redução das pastagens, que é quando o preço pode ser impactado’, explica.

O agro mineiro segue liderando as exportações e superando a mineração.

‘Minas é rico em minério de ferro, continua exportando muito mas também se destaca, e, muito em produtos da agropecuária’, conclui Albanez.

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde
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